Chamado de “Grito da Cultura”, um ato acontecerá na próxima terça-feira (15), denunciando práticas consideradas como “descaso” da atual gestão de Vitória nas áreas de cultura e juventude. A concentração foi convocada para 15h na praça do bairro Jesus de Nazareth, com caminhada até a sede da prefeitura, em Bento Ferreira.
“Nos últimos anos, a cultura sofreu com inúmeros ataques e não é tratada com o devido respeito e importância que merece em Vitória, cidade que já esteve na vanguarda nacional de políticas culturais e hoje sofre com o desmonte e apagamento de suas políticas”, diz o convite do ato, que aponta que a situação se agravou na gestão de Lorenzo Pazolini (Republicanos), iniciada no ano passado.
Entre os problemas apontados, o grupo indica “desrespeito a leis que instituem políticas culturais, atos ilegais em favor de projetos de aliados, falta de planejamento, perda de recursos estaduais para o setor, violência policial contra pessoas e espaços culturais, destruição de políticas voltadas para a juventude, e falta de diálogo com a sociedade civil e conselhos”.
Por conta disso, as reivindicações apresentadas incluem sete pontos principais. Entre as críticas estão o processo de seleção no Edital de Artes Visuais da Lei Aldir Blanc, cujo resultado final foi alterado pelo secretário municipal Luciano Gagno, o não cumprimento da Lei Rubem Braga, principal instrumento de política cultural do município, e a não adesão ao programa Coinvestimento Cultural (Fundo a Fundo), que garantiria recursos estaduais para a cultura do município.
Também pedem gestores “com qualificação técnica, conhecimento do setor e disponibilidade e vontade para o diálogo” para o comando da Secretaria Municipal de Cultura (Semc) e a Gerência de Juventude do município, ligada à Secretaria de Cidadania, Direitos Humanos e Trabalho (Semcid).
Outra questão levantada é o esvaziamento de políticas para a juventude, fechamento da Casa da Juventude em São Pedro, e falta de empenho para reabertura do Centro de Referência da Juventude (CRJ), fechada na gestão de Luciano Rezende (Cidadania) para obras ainda não finalizadas.
A atuação da prefeitura no último Carnaval também entra na pauta, com a crítica à falta de planejamento para um carnaval gratuito, cancelamento sem diálogo com blocos, e falta de políticas de apoio a vendedores ambulantes impactados economicamente com a não realização da festa.
Também é citada a perseguição e repressão de manifestações culturais populares e estabelecimentos que promovem ações culturais por meio da Guarda Municipal e seu grupo tático Ronda Ostensiva Municipal (Romu). No ato, o grupo pretende entregar uma carta de propostas e exigências ao prefeito Lorenzo Pazolini.