Mais na Coluna: Lei João Bananeira; Capixabas na Flip; Umbú; mês da Consciência Negra
Os artistas de Cariacica se mobilizaram por melhorias no edital da Lei Paulo Gustavo e na plataforma para inscrição dos projetos, conseguindo alguns avanços. Os trabalhadores da cultura questionaram itens do edital e as falhas no Portal de Parcerias da Prefeitura de Cariacica, por meio do qual as inscrições devem se feitas.
A mobilização foi capitaneada pela vice-presidente do Conselho Municipal de Cultura, Maria Zalem Ramiro (foto acima), que coletou assinaturas em um requerimento com as reivindicações de mudança, protocolado na Prefeitura. A iniciativa foi importante não somente pelos avanços obtidos, mas também pelo fato de, quem sabe, impulsionar uma organização maior em prol dos artistas do município. Alguns trabalhadores da cultura, inclusive, há algum tempo chegaram a falar na criação de uma associação, mas até agora a ideia ainda não emplacou.
Reunião
Para as mudanças na plataforma, foi realizada uma reunião na empresa que criou o sistema. Participaram representantes dessa empresa, da Prefeitura e dos artistas. No caso da gestão municipal, estiveram presentes Fernando Demuner e Carlos Alberto de Assunção, integrantes da comissão da Lei Paulo Gustavo. Os artistas que participaram, além de Maria Zalém, foram o ator Hudson Braga e Ana Karolina, representante das religiões de matriz africana.
Documentos
Uma das reclamações dos artistas quanto à plataforma era a impossibilidade de anexar documentos exigidos no edital, como cartas de anuência, currículos, portfólio, certidões e comprovantes de residência. Um erro, venhamos e convenhamos, inadmissível, uma vez que são documentos essenciais para inscrição dos projetos. Como avaliar a trajetória artística do proponente e da equipe sem acesso aos currículos e portfólios? Como comprovar se pelo menos 50% da equipe é moradora do município, como exige o edital, se não há possibilidade de enviar comprovantes de residência? Para solucionar o problema será criada, na plataforma, uma aba específica para os anexos.
Um ou dois?
Os artistas também apontam contradições no edital de audiovisual. Em um item, é dito que cada proponente poderá concorrer com somente um projeto. Em outro diz que pode realizar uma inscrição para cada inciso, podendo ser contemplado nos dois. A reivindicação é que prevaleça a possibilidade de dois projetos, o que foi aceito pela gestão. Portanto, será publicada uma errata do edital na próxima semana.
Prazo de inscrição
Outra reivindicação dos artistas é da alteração do prazo de inscrição, que finda em 12 de novembro. Os artistas querem que o prazo de 20 dias comece a contar a partir do momento que a plataforma já estiver estruturada com as mudanças solicitadas. A reivindicação, afirma Maria Zalem, será analisada pela Secretaria de Cultura.
Lei João Bananeira
Já é início de novembro e a não publicação do edital da Lei Municipal de Incentivo à Cultura de Cariacica João Bananeira é outro ponto de preocupação da classe artística. A justificativa da gestão municipal para isso foi o não repasse, por parte do governo do Estado, dos recursos do Programa de Coinvestimentos da Cultura – Fundo a Fundo. Para “desembolar o meio de campo”, o Fórum de Secretários e Dirigentes Municipais de Cultura do Espírito Santo (Forcult-ES) entrou em ação para dialogar com a gestão estadual. Agora o plano de ação já está sendo feito, o edital está sendo preparado e a expectativa é de que seja publicado ainda este ano.
Lei João Bananeira II
A Lei João Bananeira é de 2005. De lá pra cá, passou por mudanças, como o fim da garantia dos recursos por meio de troca de bônus, passando a disponibilizar para os artistas investimento municipal, o que foi um grande avanço. Desde o ano passado começou a contar também com o Programa de Coinvestimentos da Cultura – Fundo a Fundo. Trata-se da única lei municipal de incentivo à cultura do Espírito Santo que lança edital anualmente, sem interrupção. O não lançamento do edital este ano deixaria uma marca bastante negativa para a gestão municipal.
Capixabas na Flip
Três escritores capixabas lançarão livros na Feira Literária de Paraty, de 22 a 26 de novembro. Os autores são Joana Herkenhoff, que lança Retratos com o tempo, um livro de poemas; Ana Sophia Brioschi Santos, que também lança um livro de poemas, o Memorial D’inópia; e Marcio Miranda Moraes, que lança Brazucas, perdidos no espaço, seu segundo romance. Os lançamentos são pela Editora Cousa, que apresentará ao público também Martina no vale do germânio, romance de Eduardo Souza Lima; e O livro na estrada: leituras, leitores e vida literária, crônicas de Henrique Rodrigues. Esses dois últimos autores são do Rio de Janeiro.
Umbú no TAC
Uma alternativa para quem está procurando uma boa opção de lazer para encerrar o feriado prolongado é a apresentação de Umbú, que estará neste domingo, às 18h, no TAC, um bar inaugurado há poucos meses na rua Barão de Monjardim, Centro de Vitória. Com produção artística de Thalia Peçanha, o cantor fará um baile que passeia por vertentes do samba, forró, carimbó e rock.
Mês da Consciência Negra
Começa neste sábado (4) e termina no dia 30 de novembro a programação do projeto Novembro Negro no Mucane, alusivo ao Dia da Consciência Negra. Entre as atividades culturais estão oficinas, aulões populares, encontro de capoeira, dança, ensaio de bloco e shows musicais. A programação completa pode ser conferida aqui.
Até a próxima coluna!
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