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Artistas questionam editais da Lei Aldir Blanc abertos em Vitória

Editais com foco nas paneleiras e nos artistas plásticos são motivos de críticas à gestão de Lorenzo Pazolini

Os editais de “Intervenção Artístico Urbana e Concepção” e “Construção e Instalação de Monumento ao Ofício das Paneleiras”, abertos por meio da Lei Aldir Blanc, no município de Vitória, são alvos de questionamentos à gestão de Lorenzo Pazolini (Republicanos) por artistas de ambos os segmentos. 

O presidente do Sindicato dos Artistas Plásticos Profissionais do Espírito Santo, Celso Adolfo, afirma que as artes visuais não estão contempladas de forma ampla. Já Jamilda Bento acredita que não houve por parte da prefeitura um diálogo com o grupo para construir junto o que é melhor para as paneleiras.

Celso informa que o sindicato organiza um abaixo-assinado online para que o edital seja revisto e, também, como forma de alertar a gestão municipal sobre como conduzir os próximos editais no que diz respeito ao segmento dos artistas plásticos. De acordo com ele, por meio da Aldir Blanc, a cidade contempla somente a arte de rua. “Existe muito mais do que o grafite”, afirma, destacando o temor dos artistas de haver desvio de intenções dentro dos editais.

“Se o governo quer encher Vitória de grafite, isso tem que ser um projeto de governo, uma política de gestão. O edital não deve estar a serviço disso, e sim, funcionar como uma política pública que contemple a diversidade dentro do nosso segmento. Trata-se de um edital emergencial e tem muito pai de família que não faz grafite, mas pinta tela, faz exposição, e etc”, defende. O abaixo-assinado estará disponível até a próxima segunda-feira (20) e, segundo Celso, será entregue à Semcult.
No que diz ao outro edital, Jamilda, que é filha e neta de paneleiras, afirma que não é contra homenagens, mas que essas artesãs têm outras prioridades. Uma delas é a necessidade de melhoria da infraestrutura do galpão, por exemplo, no sistema elétrico.

Ela destaca que “as paneleiras são um dos maiores ícones da cultura popular e são merecidas as homenagens”, mas “qualquer coisa, que seja homenagem, benefício, melhoria, tem que ser com e não para as paneleiras, não pode ser de cima pra baixo, pois as paneleiras sabem o que precisam, o que é emergencial”.

Jamilda afirma que as paneleiras souberam do edital da Aldir Blanc por meio da mídia, assim como aconteceu com a mudança de nome da Reta do Aeroporto, que passou a se chamar Reta das Paneleiras, a partir de uma iniciativa da gestão de Renato Casagrande. Trata-se do trecho da BR-101 que liga Goiabeiras, em Vitória, ao Viaduto do Contorno, em Carapina, na Serra, que foi estadualizado em fevereiro deste ano. “A homenagem foi bem aceita, mas a forma feita também foi de cima para baixo. Tudo sobre nós tem que ser com a gente junto”, reforça.

Os editais foram lançados pela prefeitura no último dia 3, envolvendo ainda Produção de Audiovisual; Festival de Apresentações das Escolas de Samba de Vitória; Apresentações Musicais; e Teatro, Dança e Atividades Circenses. Os recursos anunciados ao todo são da ordem de quase R$ 1 milhão.

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