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As intervenções do Rotativo Independente na cena musical da Grande Vitória

 
De 40 pessoas presentes na primeira edição do Rotativo Independente, realizada nas areias da Praia de Camburi, no Quiosque 1, em Vitória, com estreia em outubro de 2015, o projeto já contou recentemente com bem mais de mil cabeças em uma só leva de shows de bandas independentes e, na grande maioria, locais. Foram dez edições realizadas só no primeiro ano de existência, conseguindo ocupar a praia, no intuito de apresentá-la como um espaço cultural propício não só em épocas de festas periódicas, mas ao longo de todo o ano (no vídeo acima, a banda Caixadá em um show na praia de Camburi mostra em registro audiovisual o clima criado pelo Rotativo no shows). 
 
E no dia 1° de março, o Rotativo realiza sua segunda edição na Rua da Lama, em Jardim da Penha.  A parceria para o evento continua sendo com o Bar Biritas, desta vez, com show das bandas  Herança negra, Lenda pessoal e convidados do projeto Som de Fogueira. Tudo é gratuito e a expectativa é de reunir novamente uma legião de público, já que em 22 de dezembro o Rotativo movimentou como há muito tempo não se via a rua da Lama, com shows. 
 
A estrutura do projeto é objetiva e sem nenhum segredo: bandas independentes; aparelhagem de som; intervenções dentro da cidade e busca por público. Contudo, o diferencial do Rotativo Independente é, além de um intenso trabalho de divulgação nas redes socais; o ‘recrutamento’ de bandas independentes já estruturadas, enquanto em paralelo o projeto fomenta de sua forma a profissionalização de bandas mais novas e ainda sem certa estrutura profissional. 
 
“Como o projeto agrega bastante à cena underground, as bandas independentes se sentem abraçadas. Muitas bandas, porém, ainda não estão prontas para os shows, isso acaba fazendo ter uma seleção natural; e existe ainda o processo de informação dessas bandas para que elas produzam e possam ser inclusas em edições futuras, o que faz fomentar a cena”, explica Gabriel de Araújo, o jovem por trás de toda essa história de rotatividade de bandas independentes. 
 
 
Não é difícil reconhecer Gabriel (foto acima) no meio dos shows de seu projeto. Além de se fazer acessível a quem queira conversar sobre o Rotativo, ele carrega tatuado no braço a logomarca do projeto. A atitude já mostra que ele realmente acredita no que tem feito. “Eu era parte de uma galera nova que precisava pagar para ensaiar cerca de duas vezes por semana em estúdio. Gastava dinheiro e, quando conseguia shows, o proprietário do local pagava em cervejas, quando pagava. Comecei a prestar atenção em tudo isso e ver que quase todas as bandas novas passavam por essas situações e, ainda assim, a classe de músicos não se unia para tentar mudar algo. Então resolvi levantar uma marca para que as bandas pudessem ter condições melhores de poder se manter e realizar apresentações”, detalha Gabriel. 
 
Foi observando o ‘modus operandi’ de coletivos culturais da Grande Vitória e os diversos eventos promovidos que Gabriel foi estruturando toda a ideia do Rotativo Independente – projetado para ser gerido por ele sem grandes complicações. De início, Gabriel conta que foi necessária um leva de amigos colaborando, pouco tempo depois ele conseguiu um equipe, mas atualmente optou por terceirizar diversas etapas do projeto, como o design e a equipe de audiovisual, entre outros pontos. O intuito é oferecer ao público e às bandas um serviço melhor estruturado.
 
Da praia da Camburi à Rua da Lama e até no Stone Pub o projeto já rodou. A pretensão,atualmente, é a de que o Rotativo consiga um espaço próprio para a realização de suas edições – ambição essa que não está tão longe. A parceria com muitos amigos continua, mas o Rotativo hoje já conta com a parceria de empresas privadas também, já que Gabriel não pretende entrar na lógica dos editais de incentivo à cultura e, assim, busca por outras formas de patrocinar as atividades. 
 
 
As bandas que já passaram pelo Rotativo Independente nesse pouco mais de um ano de atividades são diversas, dos forasteiros Vagabundos, da Bélgica, até os novatos das bandas Lane, Casatorna, Etevalda, Herdeiros da Tribo, Fundamental Zero, Frenesia, Screen e muitos outros. Aliás, o que não faltam são bandas novas brotando na Grande Vitória e surpreendendo o projeto – que atualmente tenta estruturar um case um pouco mais fixo de bandas para as edições futuras. 
 
Dentre os empecilhos do Rotativo está a falta de interesse das prefeituras em apoiar minimamente o projeto, o que não inclui a entrada de verba financeira, mas o reconhecimento da importância do evento – no ano de 2015 o projeto foi ‘presenteado’ pela Prefeitura de Vitória com uma multa do Disque Silêncio, mesmo estando enquadrado na maioria das regras de realização de evento público. De acordo com Gabriel, não houve interesse em diálogo, apenas uma multa de cerca de R$ 2.500 para um projeto cultural independente e gratuito ao público.  
 
 
Serviço
 
A próxima edição do Rotativo Independente será realizada no dia 1° de março, a partir das 19h, na Rua da Lama, em Jardim da Penha, Vitória, em parceria com o projeto Som de Fogueira. As bandas a se apresentarem são Herança negra, Lenda pessoal e convidados do projeto Som de fogueira. As apresentações são abertas ao público. 

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