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Atividades culturais em Vila Velha se resumem à Festa da Penha e ao Jesus Vida Verão

Num breve monitoramento das movimentações culturais divulgadas nos sites das prefeituras da Grande Vitória é possível perceber que algumas são mais ativas na área cultural do que outras. Entre as negligentes está a prefeitura de Vila Velha. A falta de informações no portal da prefeitura sobre as atividades culturais do município é um indicador da inexpressiva atuação da Secretaria de Cultura, Esporte e Lazer.
 
Ante o descaso da prefeitura com a cultura, o presidente do Conselho Municipal de Políticas Culturais de Vila Velha, Docca Loureiro, está finalizando um manifesto para expor a caótica situação da cultura à sociedade.
 
O teor do manifesto, segundo Docca, é consenso entre os artistas que acompanham o conselho, entre eles Celso Adolfo, da Câmara de Artes Plásticas, que acompanha as políticas culturais do município desde os anos 1970. “A cultura aqui em Vila Velha tem sido focada em promover a Festa da Penha e festinhas de palanque para prefeito”. 
 
Docca foi eleito presidente do conselho em outubro de 2015. Ele é o primeiro representante da sociedade civil e da classe artística a assumir o cargo, que antes era ocupado pelo secretário de Cultura, Esporte e Lazer. A conquista foi algo histórico para a cultura do município. Contudo, desde que assumiu o cargo Docca não tem conseguido diálogo com a administração municipal. 
 
“A insatisfação da classe artística canela-verde é imensa em relação à falta de movimentação cultural. Hoje a gestão do secretário Anderson de Oliveira não tem nenhuma atividade ou diálogo no intuito de fomentar a cultura. Desde gestões passadas a Secretaria de Cultura vem tratando seus artistas dessa forma, alegando crise e sem repassar verbas”, desabafa Docca Loureiro. 
 
Ele cita como exemplo recente a falta de apoio aos blocos de carnaval. Os poucos que se arriscaram a sair, além de não receberem apoio, sofreram restrições da prefeituras. As medidas autoritárias acabaram reduzindo o número de blocos de rua, enfraquecendo a festa popular. Docca também se queixa da ausência de atividades culturais durante o verão. 
 
Docca acrescenta que não há estrutura fixa para shows no município; teatros; nem a promoção de eventos ao longo do ano que não sejam a Festa da Penha ou o Jesus Vida Verão. Celso também destaca o Museu Homero Massena como um espaço praticamente abandonado pelo poder público; a Barra do Jucu como um polo cultural que foi desestruturado pela prefeitura ao desativar o centro cultural local; e a praça da Prainha, que está entregue à moradores de rua. 
 
Outro impasse que ronda a política cultural do município é a antiga lei de incentivo. Vila Velha Cultura e Arte – atual Lei Homero Massena. Duzentos projetos foram inscritos e seguem parados até hoje, mesmo após quatro anos. “Lançamos o Fundo de Cultura, conseguimos regulamentá-lo, os projetos foram inscritos e, no apagar das luzes, a prefeitura disse que o dinheiro que seria destinado aos projetos, cerca de R$ 850 mil, não existia mais”, declara Docca
 
“Entendemos que há restrições de verbas nessa crise, mas existem verbas nos caixas que são priorizadas para outras pastas. A prefeitura acha que só vai conseguir movimentar a cultura se tiver milhões em caixa, e acaba jogando o pouco que tem para outras áreas. É preciso priorizar parcerias nessa crise para fomentar a cultura nos bairros e fazer o que é de competência da Secretaria fazer, que é trabalhar para fomentar a cultura e criar eventos que atendam a população”, afirma Docca
 
Serviço
As reuniões do Conselho de Cultura acontecem todas as últimas segundas do mês, às 19h, na Academia de Letras de Vila Velha, que fica na Prainha. O conselho abre a reunião para todos interessados em discutir propostas para a cultura canela-verde.

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