segunda-feira, novembro 18, 2024
27.1 C
Vitória
segunda-feira, novembro 18, 2024
segunda-feira, novembro 18, 2024

Leia Também:

Audiência pública sobre música capixaba repercute reunião do Conselho de Cultura

 
Foi realizada na tarde dessa sexta-feira (24), a audiência púbica sobre A música Capixaba, encabeçada pelo deputado Marcos Bruno (PRTB). O encontro, que teve como base a discussão sobre políticas que possam valorizar e impulsionar o músico do Espírito Santo, não deixou de ser usado como um momento de relembrar o episódio da recente reunião do Conselho de Cultura (CEC), realizado na última quinta-feira (23), na Biblioteca Pública do Espírito Santo (BPES), quando o secretário de Cultura, João Gualberto, ofendeu uma cidadã e foi irredutível sobre o lançamento dos editais Funcultura 2015. 
 
Gualberto não esteve presente, mas o subsecretário José Roberto Santos Neves foi representar o CEC e, como já devia esperar, recebeu uma enxurrada de questionamentos sobre s ocorrido na reunião. A postura do subsecretário foi de falar pouco sobre o assunto, até quando músicos indagavam com indignação o corte de verbas ainda pouco explicado na pasta da Secretaria de Cultura e a falta de recepção para com as discussões da sociedade em parceria com os membros do CEC. 
 
A audiência se iniciou com a apresentação de cada membro convidado, entre eles o MC Jefinho Faraó e o sambista Emerson Xumbrega e, logo em seguida, iniciaram as perguntas dos músicos e representantes da sociedade civil. Em meio às constatações sobre o músico capixaba ser mal remunerado, ser desvalorizado nas casas de show locais, e não conseguir atrair a atenção da imprensa, muitos músicos faziam questão de pontuar a “vergonha, frustração e até o repúdio” que sentiam em ter João Gualberto como secretário de Cultura, destacando o despreparo dele e o quanto será sentido negativamente a iniciativa privada do Instituto Sincades como financiador maior da verba destinada aos editais 2015.
 
O deputado Marcos Bruno, que também esteve presente em uma parte da reunião do Conselho de Cultura, falou sobre a infelicidade do momento e frisou o tempo todo que a Secretaria de Cultura do Estado (Secult-ES) “respeita as decisões do Conselho, respeita o artista e está aberta à discussão com a classe”, mas essas pontuações não foram suficientes para travar o desagrado de quem participou da reunião de quinta-feira.. 
 
Uma das integrantes da plateia destacou ter sido expulsa da Biblioteca após não aceitar a arbitrariedade de Gualberto em decidir lançar os editais em duas semanas. Segundo ela, os artistas não irão discutir isoladamente sobre o assunto, eles querem ser ouvidos pelos membros do CEC. A senhora ainda sugeriu que a equipe do CEC fizesse uma “formação de humanidade” para aprender a lidar com o público e ter respeito. Além do comportamento do secretário, foram criticadas a servidora Catarina Linhares, gerente da equipe Funcultura, e a diretora do Museu de Arte do Espírito Santo, Anna Saiter,  que também conduziram a reunião do Conselho.
 
A discussão sobre o músico local  
 
A diversidade de músicos presente na plateia da audiência foi inquestionável, porém frisada como um momento à parte, já que o tempo todo ouvia-se falar em desarticulação da classe dos músicos e a falta de viés político deles. Apesar disso,  o deputado Marcos Bruno ponderava estar feliz com a participação de todos e destacou que esse é o início de uma cena que eles estão começando a desenhar sobre a valorização do músico. Entre as propostas que apresentou está o projeto de uma lei que obriga organizadores de shows de médio e grande porte a colocarem músicos locais como atrações de abertura dos shows. 
 
A proposta da lei não foi bem recebida pelos músicos que questionaram o porquê de ainda estarem sendo tratados como coadjuvantes, quando na verdade são os verdadeiros protagonistas nas noites capixabas em barzinhos e shows pelo interior do Estado. O deputado mostrou-se aberto a todos os questionamentos e anotou tudo para conseguir adaptar as pontuações ao projeto de lei. 
 
A audiência foi fechada nas constatações da plateia de que o músico local precisa parar de ser tratado como “músico capixaba”, mas sim como “músico nacional”, merecendo o mesmo respeito e valorização dos músicos de fora que tocam no Espírito Santo.

Mais Lidas