Como autora de ficção, publicou em livro contos, novelas e romances, muito embora, ao longo de sua vida literária, tenha produzido também um sem-número de crônicas para periódicos vários. Uma primeira parte delas, passadas novamente pelo crivo da autora, é reunida agora em livro, intitulado Água salobra, que será lançado nesta quinta-feira (16), na Cousa Bar Café, Centro Histórico de Vitória.
A obra, cujo título remete à água do mar, quando se mistura à água doce do rio, presta homenagem à cidade natal de Bernadette, Conceição da Barra, no norte do estado, cravada entre o Rio Cricaré e o Oceano Atlântico. É um ligeiro resgate de sua própria vida, por meio da memória.
Os textos foram todos publicados, originalmente, no jornal A Gazeta, entre 2013 e 2015. “Escolhi as crônicas para este livro entre aquelas que tratam de Conceição da Barra. Mas é muito importante também saber que todas foram revistas e reeditadas por mim mesmo. Cortei e acrescentei palavras e frases, para fins de publicação em livro”, conta Bernadette Lyra.
Ela escrevia crônicas semanalmente para o Caderno 2, suplemento cultural de A Gazeta, desde que recebeu o convite da então editora Ana Laura Nahas. Convite que se manteve pelos editores que se seguiram. O espaço, mais tarde, tornou-se quinzenal. “Escrevi tantas crônicas na vida, que tenho já outro livro delas em preparação, sobre temas mais variados, inclusive sobre nossa cidade-ilha, Vitória”.
Bernadette ressalta que não se trata somente de seu primeiro livro de crônicas, mas também de uma espécie de autobiografia imprecisa, entrecortada e fragmentada. “É importante notar que a memória se adapta ao que a gente imagina lembrar. Portanto, Água salobra é também uma obra de ficção, como todas que escrevo”.
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