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Deputada requer capacitação das forças de segurança para o Carnaval

Mais na coluna: Blocão ‘estarrecido’; Gestão Pazolini “roeu a corda”; mais Carnaval; e oficinas de artes naturais

A deputada estadual Camila Valadão (Psol) encaminhou uma indicação ao governador Renato Casagrande requerendo a criação de protocolo de atuação e capacitação dos servidores da segurança que atuarão no Carnaval de 2025. A decisão foi tomada após a ação violenta do Batalhão de Missões Especiais (BME) e da Ronda Ostensiva Municipal (Romu) na noite da última terça-feira (13), no Centro de Vitória.

Ellen Campanharo/Ales

A parlamentar defendeu que a medida “contribui para uma atuação mais transparente, eficaz e coordenada durante as festividades carnavalescas”. Conforme consta na indicação, as iniciativas buscam “promover a atualização teórica e prática das técnicas necessárias para o exercício ostensivo ou atendimento da população, principalmente dos públicos vulnerabilizados, como crianças, adolescentes e mulheres”.

‘Estarrecidos’

O Blocão – Liga dos Blocos de Rua do Centro de Vitória – afirmou, em nota divulgada nessa quinta-feira (15), estar estarrecido com a ação policial. Os blocos recordam que, durante as reuniões de organização do Carnaval, foram informados de que estava sendo elaborado um Plano de Dispersão. Posteriormente, souberam, por meio de uma coletiva de imprensa, que a dispersão seria via Circuito da Folia, do Centro em direção ao Sambão do Povo. Portanto, não foi mencionado o que seria feito em relação aos foliões que ainda permanecessem no Centro.

‘Roeu a corda’

De fato, o Plano de Dispersão não foi discutido com os blocos, embora, conforme noticiado por Século Diário, a gestão de Lorenzo Pazolini (Republicanos) tivesse se comprometido a apresentar o plano para eles no dia 29 de janeiro. A gestão municipal, no entanto, “roeu a corda” e apresentou publicamente a ideia do Circuito da Folia em 30 de janeiro, por meio de uma coletiva de imprensa. Ou seja, mais uma vez fechou as portas para o diálogo e simplesmente não ouviu os blocos. Portanto, não tinha como dar certo.

Mais festa

Mas, ainda assim, o Carnaval continua, e tem mesmo que continuar. Neste sábado, às 15h, o Esquerda Festiva realizar o BlocAto, uma mistura de bloco de Carnaval com ato político, na Escadaria da Piedade. Neste domingo (18), às 14h, começa a concentração do Prakabá, também na Escadaria da Piedade. O Prakabá reúne todos os blocos do Centro de Vitória para, aí sim, terminar o Carnaval.

Polícia despreparada?

Assim como o Blocão, o Esquerda Festiva também divulgou nota sobre a ação violenta das forças de segurança. O bloco afirma que não cairá “na ingênua e tacanha percepção de que ‘a polícia foi despreparada’ ou ‘que agiu com força desproporcional’. “Ela é bem preparada e condicionada para agir da forma bárbara e truculenta que vimos”. Diz, ainda, ser “evidente que a ‘pedagogia da violência’ empregada na embrutecedora ‘formação policial’, que inclui a criminalização generalizada e ódio preconceituoso à população negra, é um fator determinante na ação policial contra pessoas/cidadãos desarmados e indefesos, fato esse recorrente ao longo da história do Brasil e que constitui o que se caracteriza como ‘Racismo Estrutural”.

Estratégia pensada

Para o Esquerda Festiva, a violência policial praticada na terça de Carnaval foi “uma estratégia pensada, organizada, racionalizada e direcionada para criminalizar o Carnaval de rua no Centro da Capital”. “É uma política segregacionista, um ‘apartheid cultural’ que tem como vítimas principais a população mais empobrecida, excluída da divisão da riqueza produzida, que sem recursos ocupa as ruas para se divertir e se sentir pertencente ao seu espaço afetivo”.

Movimento recorrente

O movimento e concentração de pessoas em alguns lugares depois da passagem dos blocos autorizados, destaca o Esquerda Festiva, “é algo recorrente e previsível no Carnaval de Rua do Centro de Vitória, um fenômeno cultural histórico que obrigatoriamente deveria ser facilmente reconhecido por alguém que se coloca na cadeira de prefeito, contemplando e planejando ações informativas e preventivas cabíveis para orientar e agir com respeito aos cidadãos”.

Retratos com o tempo

Lucas S Costa

Depois de ser lançado no maior evento de literatura do Brasil, a Flip, em Paraty (RJ), em novembro último, o livro Retratos com o tempo, de Joana Herkenhoff, editado pela Cousa, terá seu lançamento oficial no Espírito Santo na próxima terça-feira (20), a partir das 19h, no Brizz, um novo espaço cultural, localizado na Enseada do Suá, em Vitória.

Retratos com o tempo II

Divulgação

Além de sessão de autógrafos com a autora, o evento terá como atração uma performance com a atriz e poeta Suely Bispo e contará com a presença da Combiousa, centro cultural itinerante da Cousa que serve como ponto de leitura, comercialização e promoção de atividades artísticas. Dividida em três partes, a obra reúne poemas e um soneto escritos ao longo dos anos pela autora. Com temáticas variadas, que vão desde lembranças da infância a memórias do período de isolamento social, os textos têm em comum o desejo de captura do tempo por meio da poesia.

Oficinas de artes naturais

Estão abertas as inscrições para as oficinas de artes naturais do projeto Cores da Mãe Terra. Realizadas pela Kaá Cuidados da Terra, as oficinas serão nos meses de março e abril, aos sábados, das 8h às 12h. O objetivo é estimular a expressão criativa a partir de diversas linguagens artísticas com base em elementos naturais e saberes ancestrais. O público-alvo são mulheres cis e trans e pessoas não-binárias, considerando a diversidade étnica e outros critérios de inclusão. As inscrições gratuitas, podem ser feitas aqui.

Oficinas de artes naturais II

Leonardo Sá

As oficinas serão de Mão no Barro, Tingimento Natural, Colorindo a Terra e Colagem Botânica, que a acontecerão, respectivamente, nos dias 9 e 23 de março e 6 e 20 de abril. A Mão no Barro terá uma conversa sobre o ofício tradicional das paneleiras de Goiabeiras e elaboração de panelinhas de barro com a paneleira Rosinea Alvarenga. Na de Tingimento Natural, serão abordados aprendizados sobre técnicas tradicionais de tingimento têxtil e possibilidades criativas dessa expressão artística com a designer de moda Jaqueline Padovan.

Oficinas de artes naturais III

Na oficina Colorindo com a Terra, será proporcionado ensino sobre extração de pigmentos naturais a partir de elementos minerais e vegetais e prática de pintura com a artista pataxó PachaPinta. Por fim, a de Colagem Botânica contara com experimento de coleta botânica e produção de obras artísticas a partir de elementos da natureza como folhas, flores, casacas e sementes, com a bióloga e herbalista Larissa Firme.

Até a próxima coluna!

E-mail: [email protected]

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