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Carnaval de Congo volta ao presencial com expectativa de receber 10 mil pessoas

Tradicional festejo de Roda d’Água, em Cariacica, acontece no dia de Nossa Senhora da Penha, em homenagem à padroeira

Os tambores e as casacas voltarão a ecoar no dia de Nossa Senhora da Penha, em Roda d’Água, Cariacica. Na próxima segunda-feira (25), o tradicional carnaval de congo, em homenagem à padroeira do Espírito Santo, retorna ao formato presencial depois de dois anos de atrações virtuais devido à pandemia da Covid-19. A expectativa é de que cerca de 10 mil pessoas compareçam à festividade, cuja programação durará o dia inteiro.

Às 7h, as bandas de congo farão a concentração na Bica do Luiz, para, às 9h, saírem em cortejo até o pátio da Igreja Católica, onde será realizada a missa congueira. Posteriormente, um novo cortejo a Nossa Senhora da Penha conduzirá as pessoas até o Campo do América, onde haverá, no decorrer da tarde, fala das autoridades, encontro das bandas de congo e apresentação dos mestres das bandas de Cariacica. A festa se encerra às 18h, com a Ave Maria, acompanhada de tambores de congo e show pirotécnico.

Elaine Dal Gobbo

A região de Roda d’Água conta com as seguintes bandas de congo: Mestre Tagibe, São Sebastião de Taquaruçu, Santa Izabel, São Benedito de Boa Vista, Unidos de Boa Vista e São Benedito de Piranema, além da banda de congo mirim do Mestre Tagibe. Foram convidadas para participar da festividade bandas de congo dos municípios de Vitória, Viana, Vila Velha, Serra e Fundão, na região metropolitana; e Fundão e Aracruz, no norte.

O presidente da Associação das Bandas de Congo de Roda d’Água, Jefferson de Azevedo Fernandes, afirma que, embora a festividade receba em média 5 mil pessoas, este ano, em virtude da retomada do formato presencial, a expectativa é de que compareça o dobro. “Vamos fazer uma festa bonita para a nossa santa e para a nossa comunidade”, ressalta.

Elaine Dal Gobbo

A festa é tradicional na região e conta com um personagem que existe somente nessa localidade, o João Bananeira. Com o rosto coberto por uma máscara e o corpo por folhas de bananeira, pessoas da comunidade encarnam o personagem e acompanham os cortejos e todo o restante da programação. Conta-se que João Bananeira surgiu na época da escravidão, quando os negros usavam esse artefato para não serem identificados durante as festividades em homenagem à padroeira do Espírito Santo.

“O João Bananeira é um importante personagem da cultura local, deu até o nome à lei municipal de incentivo à cultura de Cariacica, que se chama João Bananeira”, diz Jefferson.

Para a secretária de Cultura de Cariacica, Nina Santos, o sentimento diante do retorno ao presencial é de “esperança e gratidão”. “É importante evidenciar nossa tradição. O carnaval de congo de Roda d’Água é uma ação que deve ser valorizada em respeito aos mestres e à comunidade”, enfatiza.

Elaine Dal Gobbo

Nina destaca a importância da festa também para os empreendedores locais, uma vez que as Associação de Artesanato de Cariacica (Aproac) e o Banco Sol venderão seus produtos durante a programação, além de outros comerciantes locais, que comercializarão alimentos, por exemplo. “É uma forma de fortalecer o empreendedorismo, fomentando os negócios”, afirma a gestora.

Programação

7h – Concentração das bandas de congo na Bica do Luiz, em Roda D’Água.
9h – Saída em cortejo à padroeira do Estado do Espírito Santo rumo ao pátio da Igreja Católica.
10h – Missa congueira no pátio da Igreja, próximo ao campo society.
11h20 – Cortejo a Nossa Senhora da Penha até o campo do América, área principal do carnaval de congo de máscaras.
12h30 – Fala das autoridades.
14h – Encontro das bandas de congo.
17h – Apresentação no palco dos mestres das bandas de congo de Cariacica.
18h – Encerramento oficial com a Ave Maria, acompanhada com tambores de congo e show pirotécnico.

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