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Carnaval de rua de Vitória em disputa

Na CulturArte: duas concepções de Carnaval; denúncias contra Luciano Gagno; Dia Internacional da Mulher; e Música Mulheres 

As discussões sobre o Carnaval de rua de Vitória não cessaram com os blocos-manifesto ocorridos no último final semana, que, aliás, mostraram que não há proibição da gestão municipal que faça os foliões deixarem a festividade morrer no Centro. Na queda de braço entre Lorenzo Pazolini (Republicanos), que proibiu os blocos com base uma recomendação do Ministério Público do Espírito Santo (MPES), e os adeptos e apoiadores da folia e da cultura popular, esses últimos venceram.

Agora, há duas concepções diferentes de Carnaval, que certamente não ficarão somente nas ruas, mas ganharão espaço nas discussões da Câmara de Vereadores. Nas redes sociais, circula convite para uma audiência pública “para discutir a organização e segurança pública do Carnaval de Rua do Centro de Vitória”, proposta pelo bolsonarista Leonardo Monjardim (Patri). O primeiro anuncia a audiência para 10 de março. O segundo, sem a logo do mandato, remarca para o dia 21.

Divulgação

Já o vereador André Moreira (Psol) defendeu publicamente a criação de um projeto de lei que regularize grandes eventos na Capital, entre eles, o Carnaval. Uma das diferenças entre as duas propostas é que a de Monjardim se concentra no Carnaval do Centro e a de André tem foco na cidade como um todo. O porquê de se concentrar no Centro pode ter como explicação o fato de a gestão municipal, da qual Monjardim é aliado, não ser afeita à realização da festividade na região, o que não se registra em outros bairros.

Outra diferença é a forma de debate proposta. No ato do dia 24 de fevereiro contra a proibição dos blocos, André defendeu que o PL seja debatido nas comunidades, com comerciantes, moradores e associações, para atender ao interesse econômico e também aos de “quem se diverte e de quem não participa da festa”, o que torna a discussão mais democrática do que se feita em audiência no plenário da Câmara.

Como se vê, o Carnaval de rua de Vitória, em especial o do Centro, ainda irá render muitas discussões. Se por um lado há aqueles, principalmente foliões, parlamentares e defensores da democratização da festa popular, com a garantia das condições necessárias por parte da prefeitura, existem os que buscam cercear o direito das pessoas, notadamente das camadas populares, à diversão e à liberdade de expressão. Afinal, Carnaval não é somente lazer, historicamente, é espaço de denúncia com criatividade e irreverência. Nessa disputa, que vençam aqueles que defendem um Carnaval para todos, sem distinção.

Processos 

O Grito da Cultura divulgou em suas redes sociais denúncia anônima feita ao Ministério Público Estadual (MPES) contra o secretário municipal de Cultura de Vitória, Luciano Gagno, envolvendo dois processos (n° 2022.0023.4984-00 e n° 2022.0025.2710-65). O último já arquivado, conforme informou ao Século Diário a assessoria de imprensa do MPES, que ficou de averiguar o outro, mas não deu retorno à demanda até o fechamento desta coluna. 

Contratações 

As denúncias tratam de uma suposta atuação de Luciano Gagno em um esquema de corrupção que envolveria contratações por inexigibilidade na Secretaria de Cultura e Secretaria de Direitos Humanos, além de um relato da operação de um suposto esquema. O Grito da Cultura divulgou que o suposto esquema teria usado cinco empresas laranjas para diversificar as contratações, que teriam chegado a um valor de R$ 832 mil, somando 140 shows sem licitação.

Redes Sociais

Para além da Cultura 

A denúncia, destaca o Grito, aponta que a influência aconteceria também nas contratações da Secretaria de Cidadania, Direitos Humanos e Trabalho, em eventos através do Procon Municipal, e que a cada contratação com o cachê básico da prefeitura, que é de R$ 5 mil, o secretário de Cultura receberia R$ 1 mil. Além disso, artistas com cachê no valor de R$ 50 mil e R$ 60 mil teriam sido contratados por R$ 120 mil. Em alguns eventos, a denúncia informa que haveria um suposto esquema de venda de espaço para barracas Food Trucks.

Tem mais! 

 A denúncia continua apontando suposto esquema de desvios na contratação de empresas para serviços de locação de estrutura de gerador, iluminação e sonorização; de atestar como concluídas obras que não aconteceram, com “vista grossa” para subcontratações feitas proibidas pelo contrato; além do suposto recebimento de R$ 25 mil por parte do gestor para que modificasse as notas do edital 004/2021 da Lei Aldir Blanc e da contratação de uma empresa de entretenimento em julho de 2022 por R$ 5 mil para realização de um festival por ordem de Gagno, mas três meses depois, a empresa teria sido contratada por R$ 60 mil para duas apresentações, portanto, um aumento de 600%, que teria gerado R$ 8 mil para Gagno.

Nada a declarar 

Luciano Gagno foi procurado por Século Diário para se pronunciar a respeito das denúncias, mas não houve retorno da demanda. O Grito reivindica apuração e, caso seja confirmada a veracidade, a punição dos envolvidos. “Mas entendemos que, para garantir a lisura da investigação, é necessário que o secretário seja afastado”, defende.

Dia Internacional da Mulher 

Na próxima quarta-feira (8), a partir das 14h, começa a concentração para a marcha do Dia Internacional da Mulher, organizada pelo Fórum de Mulheres do Espírito Santo (Fomes). Será na praça Getúlio Vargas, no Centro de Vitória, de onde as manifestantes saem rumo ao Palácio Anchieta. Mas antes de ir para a sede do governo estadual, haverá, na praça, oficina de cartazes; declamação de poesia; pirofagia; pernaltas; apresentações do Coral Serenata, da cantora Mary Jane, do Grupo As Arteiras e da bateria Esquerda Beleza, com integrantes das baterias Esquerda Festiva e Maluco Beleza.

Divulgação

Música Mulheres 

O projeto Música Mulheres está com inscrições abertas até a próxima sexta-feira (10), para uma jornada de formação no setor da música. São 10 vagas gratuitas para mulheres que trabalham ou desejam trabalhar nessa área. As inscritas participarão da Jornada Música Mulheres, com sete encontros online e um presencial para trocas de experiências, com condução da escritora, gestora e produtora cultural Fernanda Nali. No primeiro momento, busca-se trocas sobre temas que envolvem produção fonográfica, direitos autorais, elaboração de projetos e autogestão de carreira. As inscrições podem ser feitas no site. 

Próximo passo 

Nas outras etapas do projeto Música Mulheres, que têm previsão de ocorrer em abril, serão realizadas atividades como residência artística, oficinas, painéis e uma mostra de música, com o intercâmbio entre as artistas do Espírito Santo, Julia Nali, Inara Novaes e Fernanda Nali; além de Wanessa Dourado e Iraê Garcia, de São Paulo; e Ana Tomich, de Minas Gerais. Também em abril, acontecerá uma série de oficinas gratuitas ministradas pelas artistas convidadas. A ação será na Faculdade de Música do Espírito Santo (FAMES), no Centro de Vitória.

CineMarias 

O CineMarias está com inscrições abertas até este domingo (5) para realização do LAB Audiovisual – Edição Synergia, voltado para mulheres cis, trans, travestis, todas as identidades femininas e pessoas não-binárias da região de Aracruz, norte do Estado, com idade entre 16 e 35 anos. A formação é gratuita, com bolsa de R$ 300 para cada participante. 

Zanete Dadalto

As selecionadas irão aprender a produzir curtas-metragens com temáticas sobre violência de gênero baseadas em suas próprias experiências pessoais com assédio, misoginia e em denúncias feitas com base na Lei Maria da Penha. As inscrições e regulamento estão disponíveis neste site.

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