Uma produção sempre em aberto, que aborda as relações interpessoais, de intimidade com o outro, com os espaços e com os estados de ânimo. Dessa forma, Nicolas Soares define o projeto de pesquisa artística e crítica Amensal, seu trabalho mais recente, que chega ao público na próxima terça-feira (3), a partir das 19h, na Casa Porto das Artes Plásticas, Centro de Vitória.
A mostra é a continuação de Esta Aporia – uma liturgia do desejo, pesquisa teórica e de construção de imagens que surgiu de maneira informal, em 2011. “Desde o início, entendi que a Aporia seria um trabalho que se estenderia e se desdobraria, porque tenho em mãos um conceito, e outros tantos conceitos, que coloquei em torno dele, vasto e potente”, afirmou Nicolas.
O título da exposição (Amensal) vem de amensalismo, conceito biológico que define certo tipo de relação prejudicial entre espécies. “Desloquei-o para pensar as relações interpessoais”, explicou. A ideia era retratar as relações do sujeito invadido, vulnerável, sensível e passível ao entorno e ao outro.
Para desenvolver o trabalho, Nicolas Soares escolheu a fotografia como plataforma. “Entendi aos poucos o porquê da fotografia e agora ‘’o fotográfico’ está inserido no meu processo. Existe uma dinâmica de três sujeitos implicados no processo criativo fotográfico – o fotógrafo, o fotografado e o espectador – e acontece através de uma relação de proximidade e distanciamento, identificação e intimidade”, contou.
Amensal dialoga diretamente com conceitos dos teóricos Roland Barthes e Gaston Bachelard, ao abordar, nas imagens da exposição, questões em que não existe conectividade entre os seres, mas sim um sentir-se só, com suas expectativas e idealizações e, por fim, desventuras.
Serviço
A exposição Amensal, de Nicolas Soares, será aberta na próxima terça-feira (3), às 19h, na Casa Porto das Artes Plásticas – Praça Manoel Silvino Monjardim, 66, Centro de Vitória. A entrada é livre.