Governador assinou ato nesta terça destinado à Prefeitura de Cachoeiro; espaço está paralisado desde 2020
Em maio deste ano, o governador anunciou que haveria repasse de R$ 5 milhões para a reforma do teatro, cujo orçamento, segundo a Prefeitura de Cachoeiro divulgou em fevereiro deste ano, era de R$ 4,5 milhões. Tendo em vista que já haviam se passado cinco meses do anúncio, Século Diário questionou a Secretaria de Cultura e Turismo de Cachoeiro, que alegou que os projetos precisaram passar por “trâmites” nas secretarias envolvidas.
A expectativa agora é quanto ao lançamento do edital do processo licitatório para a contração da empresa encarregada da reforma, bem como o início efetivo das obras. De acordo com o Governo do Estado, as obras deverão ter duração de 14 meses, mas ainda não foi dada previsão para o andamento desses novos trâmites.
Inaugurado em 28 de abril de 2000, o Teatro Municipal Rubem Braga chegou a alcançar média de 35 mil espectadores por ano, de acordo com a Prefeitura de Cachoeiro, que afirma que a reforma transformará o espaço em um dos mais modernos e bem equipados do Espírito Santo.
A enchente que danificou o teatro ocorreu no mesmo ano em que completaria 20 anos de funcionamento. Ainda em 2020, quando a pandemia de Covid-19 já havia surgido, a gestão do prefeito Victor Coelho (PSB) informou que os projetos para a reforma estavam sendo elaborados internamente.
Entretanto, de acordo com a Prefeitura, foi necessário contratar uma empresa especializada para a elaboração dos projetos de cenotécnica, iluminação cênica, sonorização, acústica e ambientação, o que só ocorreu em maio de 2022. Victor Coelho assinou o contrato com a empresa durante uma solenidade oficial organizada apenas para a exibição desse ato, realizada em frente ao teatro.
Com os projetos finalizados, a prefeitura noticiou, em setembro do ano passado, que a licitação para a reforma estava prevista para ocorrer ainda em 2022. Em fevereiro deste ano, a administração municipal informou novamente que estava em conversas com o Governo do Estado para captação dos recursos da obra.
No início deste ano, foi instalada uma proteção metálica no entorno do teatro, algo classificado por pessoas ligadas a movimentos sociais e à área cultural como uma construção hostil a pessoas em situação de rua. A Prefeitura se defendeu, afirmando que “em nenhum momento, tomou essa decisão para hostilizar ninguém e sim para evitar atos de vandalismo, que não necessariamente são cometidos por pessoas em situação de rua”.
Nos últimos anos, artistas do município tem realizado ações em datas especiais para cobrar o início da reforma do Teatro Rubem Braga, como as apresentações que ocorreram em abril de 2022, em frente ao espaço, no Dia Internacional da Dança.
Palácio, parque e escola
Outros dois importantes espaços de cultura e lazer de Cachoeiro estão com obras paralisadas. Restaurado também com recursos do Governo do Estado, o Palácio Bernardino Monteiro deveria ser entregue em agosto deste ano, mas teve que passar por um termo aditivo para incluir sistema de refrigeração no projeto. Já na construção do novo Parque da Ilha da Luz, a empresa responsável abandonou o trabalho, sendo necessário um novo processo licitatório.
Nesta terça, Casagrande assinou a ordem de serviço para a reforma da Escola Municipal Zilma Coelho Pinto, que também é um espaço importante utilizado pela comunidade do entorno e cujo auditório costuma servir para diversos eventos. É uma das unidades de ensino mais conhecidas de Cachoeiro, com 518 alunos, e leva o nome de uma educadora revolucionária em ações de alfabetização na cidade.
Segundo o Governo do Estado, o repasse para a reforma escola será de R$ 6,3 milhões, por meio do Fundo Estadual de Apoio à Ampliação e Melhoria das Condições de Oferta da Educação Infantil e Ensino Fundamental no Espírito Santo (Funpaes). As obras permitirão manter a oferta atual e ampliar a capacidade de atendimento para mais 90 estudantes.