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Inaugurado o Centro Cultural Triplex Vermelho no Centro de Vitória

Espaço será aberto aos movimentos populares e contará com diversas atividades, como as de cunho cultural e formativo

De Theatro Melpômene a Hotel Imperial. E agora, de Hotel Imperial a Centro Cultural Triplex Vermelho. Agora reformado, inclusive com energia solar e planos para passar a fazer captação de água da chuva até o final deste mês, o antigo prédio em frente à Praça Costa Pereira, no Centro de Vitória, passará a abrigar diversos espaços para atividades culturais, gastronômicas, formativas, de preservação da memória, e apoio aos movimentos sociais.

A diversidade está presente não somente nas ações que o Centro Cultural irá implementar, mas também na programação de inauguração, que contará com as apresentações da cantora Monique Rocha, do cantor Edvan Freitas, Bloco Afrkizomba, DJ Alex Zorzal, e banda de congo, literatura e música com João Morais, Carlos Rabello e Júlio Arcanya Ether.

O Theatro Melpômene foi criado em 1896, mas sofreu um incêndio em 1924, fazendo com que encerrasse suas atividades e fosse demolido em 1925. No mesmo lugar, foi erguido o Hotel Imperial, prédio que abrigará o novo centro cultural. Entretanto, as memórias do Melpômene permanecerão presentes por meio de uma exposição fotográfica, que, segundo um dos idealizadores do Centro Cultural, Perly Cipriano, está em “fase embrionária”, uma vez que ainda não terá, na inauguração, o acervo completo das fotos.
Perly informa que já na inauguração irá funcionar o Café e Bar Estrela, com café orgânico capixaba e chopp artesanal. A ideia é que, futuramente, sejam vendidos produtos da agricultura familiar e das comunidades tradicionais capixabas, a exemplo do beiju, iguaria feita com mandioca, produzida principalmente nas comunidades quilombolas do Sapê do Norte, que abrange São Mateus e Conceição da Barra.
As lembranças do Hotel Imperial serão muito além da infraestrutura do prédio. Perly recorda que o cantor e compositor Noel Rosa se apresentou no prédio na época que o hotel ainda funcionava ali. Por isso, haverá uma sala com o nome do sambista para receber atrações musicais diversas, como samba, chorinho, hip hop, jazz e tango.
O Centro Cultural, que pretende ser aberto aos movimentos populares, já inicia com parceria com o Sindicato dos Professores da Educação Pública do Espírito Santo (Sindiupes) e a Central Única dos Trabalhadores (CUT). O sindicato será responsável por uma exposição fotográfica sobre professoras negras capixabas, com fotos expostas ao longo do prédio. A CUT será responsável pela Rádio Triplex, disponível por meio de um podcast e transmitida também na praça Costa Pereira, e a Teia TV, no YouTube, esta última, ainda em fase de produção. Ambas as iniciativas têm como objetivo dar visibilidade aos movimentos populares.
O movimento sindical dos trabalhadores da educação também se faz presente por meio da biblioteca José Aguilar, que foi diretor do Sindiupes. Nesse espaço haverá salas homenageando outros capixabas que se destacam nas lutas sociais, como o jornalista e fundador de Século Diário, Rogério Medeiros, e o advogado Ewerton Montenegro, falecido em 2002, que foi militante dos Direitos Humanos, cujo acervo de livros de sua autoria será disponibilizado. O Clube do Vinil também fará parte do Centro Cultural, com um acervo de LPs. A proposta é que, mais pra frente, ele seja digitalizado.
Além disso, a previsão é de que em menos de um mês esteja funcionando um estúdio na sala denominada Hermógenes da Fonseca, um dos maiores divulgadores da cultura popular capixaba. Haverá também uma sala da Universidade Livre de Cotaxé, um braço, em Vitória, da instituição de ensino que fica no distrito de Cotaxé, em Ecoporanga, norte do Estado. Segundo Perly, será um espaço para cursos ministrados pelos movimentos populares.

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