Com um “abraçaço”, abraço simbólico no edifício, a Associação de Moradores do Centro de Vitória (Amacentro), moradores e apoiadores, pretendem chamar atenção para o descaso do poder público em relação ao Mercado da Capixaba. O ato que deve ter manifestações políticas e culturais acontece no próximo sábado (17), a partir das 9h, em frente ao mercado, no Centro de Vitória.
Em fevereiro deste ano, a Prefeitura Municipal de Vitória (PMV) anunciou que o local que está inutilizado após um incêndio seria reformado a partir da arrecadação feita pela venda do edifício que era a antiga sede do Saldanha da Gama para a Federação de Comércio do Espírito Santo (Fecomércio), que pretende instalar ali o Museu da Colonização Espírito Santense. O valor acordado entre PMV e Fecomércio era de R$ 3,5 milhões.
Porém, por questões burocráticas e contratuais, a venda acordada não foi realizada e as partes chegaram a um acordo para doação do imóvel à Fecomércio e Sistema Sesc. “Entendemos que a sociedade foi deixada de lado quando a prefeitura decidiu unilateralmente, sem consulta alguma doar o Saldanha da Gama. Propusemos uma audiência pública na Câmara mas os vereadores aprovaram o projeto um dia antes”, diz Lino Felleti, presidente da Amacentro, se referindo à votação realizada pelos legisladores municipais no dia 31 de outubro. Para ele não fica claro o destino que terá o prédio do Mercado da Capixaba, que seria reformado com este recurso.
“Queremos a reforma para fortalecer a vida do Centro de Vitória. É importante garantir a manutenção do espaço por sua importância histórica e arquitetônica e possibilidades de geração de emprego e renda, de interatividade entre moradores do bairro e de outras localidades e também para fortalecimento do turismo”, diz Lino.
O presidente da Amacentro ainda reclama de falta de diálogo com a sociedade também na definição do tipo de museu que será realizado, definido apenas junto à Fecomércio. “Era um imóvel privado, que foi comprado pelo poder público e agora doado, que tem uma relação com a história do estado. Mas não existe diálogo com a sociedade para saber o que ela quer”, finaliza.