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Com animações, cineclube conta história do cinema capixaba

Usando humor, websérie do Cineclube Quadro-a-Quadro aborda filmes importantes feitos no Espírito Santo

Zezeca e Tereza são duas pipocas cinéfilas que conversam sobre cinema. Mais especificamente sobre o cinema feito no Espírito Santo. As personagens são feitas em animação e fazem parte do Guia Animado do Cinema, uma websérie que busca tratar do cinema numa perspectiva histórica, usando o humor a partir da diferença de geração entre elas, Zezeca muito experiente e Tereza mais jovem. 

Divulgação

A iniciativa é do Cineclube Quadro-a-Quadro, surgido em 2019 por iniciativa dos educadores Francielli Noya Toso, Wolmyr Alcantara e Felipe Gaze, que trabalhavam individualmente em escolas com o cinema independente para atividades pedagógicas. Francielli conta que a ideia de se juntarem num projeto comum veio da necessidade de expandir o primeiro contato da comunidade escolar com os cinema feito por realizadores locais e de ter maior mediação no conhecimento da linguagem audiovisual para esse público.

“Pretendemos, com o cineclube, viabilizar diversas atividades educativas que tornem o cinema mais acessível no Espírito Santo, até mesmo para ampliar o público que prestigia festivais e mostras realizadas aqui”, conta a organizadora. Com a paralisação das aulas durante a pandemia, o cineclube teve que realizar as atividades online, e as animações foram um recurso mais, em capítulos que também usam imagens e trechos das obras apresentadas em cada programa.

A principal inspiração para o Guia Animado do Cinema vem do quadro “Traçando arte”, da TV Rá Tim Bum. “O Guia Animado, portanto, foi pensado para estabelecer uma comunicação com o público escolar à distância, no meio virtual. Então a linguagem da websérie e o conteúdo foram todos elaborados tendo em mente a comunidade escolar”, diz Francielli Toso.

Assim, as sessões acontecem online, com o lançamento dos episódios contando com presença dos realizadores da obra comentada pela websérie, podendo assim os artistas dialogarem diretamente com o público.

Os primeiros capítulos, que já estão no ar no YouTube, falam sobre os filmes Milagre, de Luiza Lubiana, Procurando Madalena, de Ricardo Sá, Macabéia, de Erly Vieira Jr, Lizandro Nunes e Virgínia Jorge, e A profundidade da areia, de Hugo Reis. Quatro capítulos foram feitos como contrapartida do recebimento do auxílio emergencial da Secretaria de Cultura do Espírito Santo (Secult), mas novos episódios estão nos planos do grupo.

A organizadora do cineclube explica que o principal motivo para esse trabalho é a percepção de que o cinema capixaba tem ampliado sua produção nos últimos anos, mas a circulação das obras continua restrita. “A gente, que está em contato com os alunos, com os jovens que frequentam a escola pública, percebe que poucos deles tiveram acesso ao que tem sido feito nessa área, e essa carência afeta também a formação cultural do capixaba. Precisamos estar em comunicação”.

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