André Prando (foto a esq.) é um músico independente que já figura no circuito underground de Vitória já faz algum tempo. Entre as apresentações na noite e o trabalho de divulgação intenso na internet, o músico gravou o novo álbum independente, Estranho Sutil. Produzido por Rodolfo Simor, o CD é composto por 10 músicas com 8 delas de composição própria de Prando. Para lançar oficialmente o álbum, o cantor realiza o show oficial que apresenta Estranho Sutil em primeiro de abril, às 20h30, no Teatro Universitário, no campus de Goiabeiras, na Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), em Vitória. Os ingressos custam R$ 10,00 (inteira) e R$ 5,00 (meia). O novo álbum do músico chega com a intenção de evidenciar o “estranho”, apresentar o termo como algo que está presente na sociedade e que deve ser visto como comum. Segundo Prando, é uma questão de perspectiva. “Estranho Sutil é um disco que sonoramente explora uma linha psicodélica do rock, tem timbres bem peculiares e bastante arranjo vocal – isso tudo junto às temáticas que sugerem reflexão sobre o cotidiano, introspecções existenciais, oculto e real”, detalhou ele.
O show traz como banda os músicos Bruno Massa (baixo), Henrique Paoli (bateria), Wanderson Lopez (guitarra) e Rodolfo Simor (guitarra), além de duas participações, o grupo A Mesa e Augusto Debanné, compositor da canção Vestido Cor Maça – música interpretada André já por algum tempo e que, volta e meia, também aparece em seus shows. “Vestido Cor Maçã representa o Guto, representa a minha conexão com ele, representa a nossa parceria, representa a faixa nove do Estranho Sutil, representa o espaço que ela tem por si só. Eu me identifico com a subversão dele. É irreverente, mas é bem natural. A música dele é o que ele realmente pensa. É bonita, tem que estar nas ruas, tem que ser ouvida” explica Prando, que cantará a canção com participação do Debanné, no dia primeiro de abril.
Uma das grandes surpresas de Estranho Sutil é a gravação da faixa Última Esperança, do consagrado Sérgio Sampaio e, curiosamente, nunca gravada em estúdio por ele. “No Youtube existe uma série de vídeos caseiros dele em situações bem informais e, nessa onda, tem um registro dele, já bem no fim da vida, tocando várias músicas. Em meio a isso ele manda uma música que parecia muito um improviso, uma música bem definida, era Última esperança”, conta André que, depois de ver a gravação procurou informações sobre a música até descobrir que ela era um registro da catástrofe do incêndio do Ed. Joelma, dos anos de 1970, em São Paulo.
André Prando conseguiu apresentar a música no Festival Sérgio Sampaio, realizado anualmente em Vitória. Daí em diante ele carregou consigo a ideia de viabilizar a gravação da canção em Estranho Sutil. “Apresentei a ideia pra João Sampaio (filho único de Sérgio) e ele curtiu a iniciativa, me ajudou a desvendar a letra com mais eficiência e, gentilmente, apresentou os caminhos de como chegar aos direitos autorais da música com a editora”, detalhou André, que é fã declarado de Sérgio Sampaio. A música foi de tamanha importância para a composição do álbum que, a partir dela, surgiu até um videoclipe.
Carreira independente
Repleto de amigos e parceiros na realização dos mais diversos processos que contribuem com a carreira de André Prando, o músico apresenta um pouco dos trabalhos com que já se envolveu. “Sempre construí minhas coisas de forma bem independente, na guerrilha. O primeiro disco foi produção dos parceiros do coletivo Expurgação. Já o Estranho Sutil e o clipe de Última esperança foram produzidos através da lei de incentivo da Secretaria de Cultura do Estado (Secult). Tendo essa grana, eu gravei o disco na Torre Inc – com produção de Rodolfo Simor e clipe do Expurgação, com direção de Gustavo Senna. Poder trabalhar com profissionais tão bons assim é outra coisa, ter acesso à equipamentos de ponta, com criatividades diferentes, isso tudo reflete na qualidade”.
“Eu fico muito feliz de ver um monte de gente se identificando e cantando minhas músicas nos shows, mostrando o som para os amigos, torcendo, acreditando que eu vou longe. Tenho medo desse negócio de ir longe, vai que, de tão longe, não tenha ninguém lá? (risos). Mas as pessoas tem dado muito apoio às novidades e sinto que estão ansiosas pra ouvir o disco novo. E eu ansioso pra mostrar”, finalizou Prando.
Serviço
O show de André Prando, para apresentação do álbum Estranho Sutil, será realizado no dia primeiro de abril, às 20h30, no Teatro Universitário, na Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) – Avenida Fernando Ferrari, 514, Goiabeiras, Vitória. Os ingressos custam R$ 10,00 (inteira) e R$ 5,00 (meia).
