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CRJ está com obras paralisadas e sem prazo de conclusão

Importante na formação de jovens artistas, o Centro de Referência da Juventude de Vitória está fechado desde 2017

Espaço que foi importante local para a formação e articulação de jovens, sobretudo por meio de atividades culturais, o Centro de Referência da Juventude (CRJ), equipamento da Prefeitura Municipal de Vitória (PMV), voltou a estar sem previsão para fim das obras e retorno de suas atividades.

O CRJ foi inaugurado na Ilha de Santa Maria em 2006, na primeira gestão de João Coser (PT), tendo realizado diversas atividades, mas fechou as portas para reformas em outubro de 2017 visando ao melhor uso do espaço e à melhoria da acessibilidade. Porém a reforma vem contando com uma série de atrasos, que preocupam os jovens de Vitória e de outros municípios metropolitanos, que tiveram o local como referência importante, atendendo principalmente os bairros periféricos.

O Conselho Municipal de Juventude foi consultado para expressar suas opiniões sobre o projeto de reforma para que pudesse ser adequado às necessidades dos tradicionais frequentadores. Mas a promessa na gestão de Luciano Rezende (Cidadania) de finalização das obras em julho de 2020 passou longe de ser cumprida. A pandemia foi a alegação para o adiamento de uma série de projetos a serem executados pela PMV, entre ele o CRJ, que contava com recursos do Financiamento à Infraestrutura e ao Saneamento (Finisa), com recursos da Caixa.

Projeto arquitetônico do CRJ pós-reforma. Imagem: PMV

As obras tiveram início em agosto de 2020 com previsão de término em abril de 2021. Porém, o prazo de execução do Finisa terminou no fim do ano passado e a obra ficou parada. “A PMV está avaliando sua retomada”, disse em nota a Secretaria Municipal de Obras e Habitação (Semohab), que considera que a atual administração herdou a obra paralisada e sem recursos consignados no orçamento. A gestão anterior, porém, indica que foi destinado no orçamento recursos na ordem de R$ 1 milhão de investimentos próprios da prefeitura para concluir o CRJ em 2021.

Enquanto o poder público empurra responsabilidades entre gestões, a juventude de uma geração de pessoas vai passando sem ter acesso a esse espaço há mais de três anos. “É uma obra urgente de ser retomada para que haja um espaço para reunir, formar e acolher a juventude nesse pós-pandemia. É um espaço fundamental para que a juventude tenha seus primeiros passos na arte e na cultura”, considera Hilquias Moura, atualmente membro do Conselho Estadual de Juventude que acompanhou os diálogos e a execução da obra até o ano passado por meio do Conselho Municipal de Juventude, que trocou recentemente de gestão.

Hilquias conta que antes do início das obras, o conselho municipal foi consultado e propôs adequações para o espaço para atender à demanda dos jovens. “Além da estrutura já existente, o projeto contemplava a criação de novos banheiros, área de convivência, ampliação da copa, bicicletário e construção de espaços acessíveis, como rampa, calçadas e banheiro. E ainda pintura do piso e melhoria da iluminação externa na área coberta, adequadas às oficinas de capoeira, forró, street dance e le parkour. Pela proposta, haveria melhorias no telecentro, salas de trabalho e oficinas, copa, área de serviço, estúdio de música e ilha de gravação”, informa a própria PMV. As atividades ali realizadas envolve os quatro pilares do CRJ: convivência, informação, formação e expressão.

Embora muito ligado à cultura, o CRJ é vinculado à Secretaria de Cidadania, Direitos Humanos e Trabalho (Semcid), e a reforma está sob o encargo da Semohab. Devido o fechamento do espaço para reforma desde 2017, foi criado pela Semcid na gestão de Luciano Rezende o programa CRJ Itinerante, que atuava nos bairros, mas que com a pandemia passou a atuar de forma online, com ações divulgadas pelo Instagram.

Porém, o formato é considerado insuficiente pela maioria dos jovens representantes no Conselho, que vem cobrando a retomada do espaço físico localizado na Avenida Vitória. “Deve acontecer uma articulação estadual com os diversos coletivos, organizações e ativistas juveniis para que haja uma cobrança coletiva e pontual”, considera Crislayne Zeferina, que foi presidente do Conselho Municipal de Juventude até o ano passado.

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