O artista comunitário JP Pires fará uma turnê de Hip Hop chamada Ancestralidade, nos Centros de Referência das Juventudes (CRJs) de Vila Velha, na Grande Vitória; Aracruz, no norte; e Cachoeiro de Itapemirim, no sul. A turnê é uma parceria com o coletivo cultural Casa Roxa. O artista, que é rapper e ativista cultural de origem periférica, trará rimas e beats com um olhar crítico e artístico sobre as realidades das comunidades capixabas.
“A ideia é mostrar que o hip-hop é nossa arma, nossa poesia, e nossa forma de lutar por um futuro melhor”, afirma o rapper. Ele diz, ainda, que a turnê é “uma oportunidade de reconhecimento e fortalecimento da cultura periférica no Espírito Santo”. Em Aracruz, a apresentação será no dia 18 de setembro. No dia 19, acontecerá no CRJ de Vila Velha. Em 20 de setembro, na cidade de Cachoeiro de Itapemirim. Todas as apresentações serão às 18h, abertas ao público.
E eu, Mulher Preta?
A ancestralidade é uma das marcas também da exposição fotográfica E eu, Mulher Preta?, aberta ao público em Ibiraçu, no norte, no Complexo Roque Peruch, Centro da cidade. O público poderá visitar a exposição de segunda à sexta, das 7h às 16h. A curadora é Marilene Pereira, e as fotografias retratam 10 mulheres negras, tiradas por Ana Luzes, Luara Monteiro, Meuri Ribeiro, Taynara Barreto e Thais Gobbo.
De onde são
As mulheres fotografadas são de Ibiraçu, da região metropolitana, e de Alegre, no sul. As imagens evocam temas como o empoderamento coletivo como estratégia de resistência; violência contra a mulher negra; padrões de beleza impostos pela sociedade eurocêntrica; afetos; autoconhecimento; e práticas e tradições religiosas de matriz africana. “O principal objetivo do projeto é enriquecer o imaginário coletivo, povoando-o com narrativas e imagens que anteriormente estavam sub-representadas, bem como criar espaços de união entre as mulheres negras, permitindo que expressem suas visões e presenças na sociedade”, destaca Marilene.
Quem são
Entre as mulheres retratadas na exposição, está Odeth Maria Paulo Aleprandi, liderança da Comunidade Quilombola São Pedro, em Ibiraçu. Ela se tornou uma mulher politicamente ativa, principalmente, durante o período de titulação e certificação das terras da comunidade, a única reconhecida oficialmente no Espírito Santo. Outra mulher evidenciada é a mestra do Bate Flecha Dona Eva Dafe, de Alegre.
Quem são II
As demais são a professora e mulher de terreiro, Danuza Brício,; a performance de dança Gabi Santos; a funcionária pública e especialista em Carnaval Iamara Nascimento; a cadeirante e sobrevivente da violência doméstica Marciane Pereira; a mulher trans, cantora e poeta, Maria Helena; a mulherista africana Rose Oliveira; a poeta e atriz Sueli Bispo; e a atriz, educadora social e produtora cultura Vivian Cunha.
Show de Alceu Valença
Neste sábado (7), na Praça do Papa, haverá show de Alceu Valença a partir das 22h. A apresentação faz parte da programação das festividades de aniversário de Vitória, que este ano está bem mais enxuta do que nos anteriores. Antes do show desta noite, haverá apresentação da Banda da Guarda Municipal. No domingo (8), haverá o show Divas, com Michele Freire, Dona Fran e Flavinha Mendonça, às 18h, seguidas pela dupla sertaneja João Neto e Frederico. Nessa sexta-feira (6), como é comum nos eventos organizados pela Prefeitura de Vitória, houve apresentação de música gospel com Anderson Freire.
Propostas Gospel
Aliás, as propostas de alguns candidatos à prefeitura vão ao encontro a essa ideia de alinhar as atividades culturais ao segmento protestante, que tem ferido totalmente o Estado laico e excluído outras crenças. Capitão Assumção (PL), que disputa em Vitória, fala em “oferecer aulas de música em parceria com as igrejas, nos principais bairros do município” e “estimular a formação de corais para jovens, adultos e pessoas da terceira idade em parceria com as igrejas, nos principais bairros da cidade”. Em Cariacica, uma das propostas de Euclério Sampaio (MDB) é a promoção de festival de música gospel
Propostas Gospel II
Outra problemática contida nas propostas de Capitão Assumção, especificamente, é o fato de terem foco “nos principais bairros do município”. Que bairros são esses? Onde ficam? Quais são os critérios para definir quais são os principais bairros de Vitória para implementar uma determinada política pública? Tudo muito vago.
Carta-compromisso
O Grito da Cultura encerrou o período de recebimento de contribuições para a carta-compromisso aos candidatos nas eleições 2024. Ao todo, foram 42 contribuições. A carta será divulgada em canais como as redes sociais e imprensa. O Grito não vai buscar assinatura dos candidatos, mas os trabalhadores da cultura de cada município “podem e devem cobrar que os candidatos assumam compromisso com as pautas”, afirma a integrante do Gito da Cultura, Karlili Trindade.
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