Concebido e produzido de maneira inteiramente independente, o disco Erê foi gestado desde 2011, reúne nove composições e materializa parte de pesquisas musicais feitas durante viagens de Danilo pelo Brasil e da descoberta de linguagens diversas – especialmente oriundas da região Nordeste, sem deixar de lado as raízes culturais radicadas no Espírito Santo. Samba, congo e xaxado são alguns dos ritmos presentes.
Na mitologia do povo iorubá, Erê é a criança em seu modo encantado. Criança é criação plena potencializada por certa ingenuidade sempre destituída de preconceitos e amarras criativas. É essa poética, com referências diretas às culturas africana e afrobrasileira, que Danilo Diniz apresenta no novo disco e onde desenvolve a linguagem do cancioneiro brasileiro já encontrada no primeiro trabalho, isto é, valorizando a palavra cantada e a elaboração das metáforas. O disco é uma elegia ao canto, à composição e à cultura popular que é worldmusic sem deixar suas raízes criativas.
Com a direção musical do próprio Danilo, a gravação e finalização em estúdio contou com a parceira fundamental do produtor Ceny Ferreira. No disco, é perceptível as influências de Jaceguay Lins, Paulo Netto e Zé Antônio, músicos capixabas ou radicados no Estado, além de artistas de projeção nacional como Luiz Gonzaga, Cartola, Caetano Veloso e Tom Jobim.
Com 30 anos de carreira, Danilo Diniz atuou na cena musical capixaba se apresentando em bares, casas de show e junto com outros projetos musicais, entre eles o quarteto Maratimba. Em 1998, lançou seu primeiro disco “De Frente pro Mar”, obra que foi dirigida pelo maestro Jaceguay Lins.