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​Depois de dois anos, blocos irão novamente para a rua no Carnaval de Vitória

Foi instituído um Grupo de Trabalho entre o poder público, blocos e associações para para discutir o tema

Os foliões irão novamente “botar o bloco na rua”, ou melhor, os blocos, no Carnaval de 2023, no Centro de Vitória. O retorno da festa de rua após dois anos foi confirmado nesta terça-feira (27), em reunião entre o prefeito Lorenzo Pazolini (Republicanos), o secretário de Comunicação e Governo, Luciano Forrechi; e representantes da Liga dos Blocos de Carnaval do Centro de Vitória (Blocão). Foi instituído um Grupo de Trabalho (GT), que, além do poder público e do Blocão, contará com representantes das associações de moradores da região do Centro para discutir o tema.

Ao que tudo indica, a reunião pôs fim à dúvida quanto ao retorno dos blocos, já que o Blocão já havia demonstrado preocupação com a falta de diálogo da prefeitura sobre o tema. Em 2021, os blocos não puderam sair por causa da pandemia, o que foi, naquele contexto, uma atitude prudente. Em 2022, mesmo sem restrições sociais devido à crise sanitária, com o mesmo argumento do ano anterior, a prefeitura proibiu o Carnaval de rua. Porém, em total contrassenso, permitiu as festas privadas, em locais fechados e de maior facilidade de contágio da Covid-19.

A representante do bloco Afro Kizomba, Sandrinha Oliveira, informa que um dos assuntos a serem discutidos com a prefeitura está o trajeto dos blocos, a ser definido por meio de um estudo técnico que deverá ficar pronto no início de 2023, para ver os locais de viabilidade para a passagem dos foliões, levando em consideração questões como mobilidade urbana e qualificação estrutural para a sonorização do evento. “A prefeitura reconheceu a importância dessa manifestação cultural, sem negar a existência dos blocos de rua que já constroem e são parte desse cenário em nossa Capital”, diz.
As expectativas para o retorno do Carnaval são grandes, afirma Sandrinha. “Colocar o bloco na rua é celebrar a vida, a alegria, colocar para fora toda a energia acumulada. O espaço da rua é o que reverbera toda potência e qualidade do bloco. Nesses dois anos, o Afro Kizomba enfrentou muitos desafios, mas também subiu o nível musical, visual e organizacional para colocar o melhor na avenida, sem perder o legado de luta deixado por Lula Rocha. É o sorriso e a luta de Lula Rocha que iremos trazer para essa celebração, em um trabalho realizado coletivamente pelas mãos pretas dos componentes do nosso bloco”, comemora, referindo-se ao ativista do movimento negro e integrante do bloco que morreu no ano passado.
No Carnaval 2022, para garantir que não haveria carnaval de rua, a gestão de Lorenzo Pazolini fez ações de fiscalização no Centro de Vitória. A que ganhou mais repercussão foi a ocorrida no último dia da festa popular, nos bares, gerando protestos de comerciantes e frequentadores. Um dos alvos foi o tradicional Bar da Zilda, que teve equipamento de som apreendido e recebeu multa de cerca de R$ 1,3 mil antes mesmo do tradicional samba começar.
Durante a noite, houve operações da Polícia Militar (PM) com apoio da Ronda Ostensiva Municipal (Romu). Foi utilizado gás lacrimogêneo e spray de pimenta para dispersão próximo das ruas Sete e Maria Saraiva, assim como nas proximidades da Praça Costa Pereira, onde acontecia o evento Subúrbio, no Terraço Rosário, local fechado.

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