Em 1958, os irmãos Orlando, Cláudio e Leonardo Villas-Bôas partiram numa expedição para delimitar o centro geográfico do Brasil, numa região a nordeste do Mato Grosso. Atendiam a uma tarefa solicitada pelo presidente Juscelino Kubitschek. Para isso, levaram também o estudioso Sérgio Vahia de Abreu, o documentarista Adrian Cowell e o cacique Raoni.
A ideia do documentário Coração do Brasil, estreia do Cine Metropolis, na Ufes, nasceu em 2008, portanto 50 anos depois da expedição original, quando o diretor Daniel Santiago conheceu Vahia. Convidou-o a refazer a expedição. Vahia topou. O diretor chamou então Cowell e Raoni, que também toparam. A equipe se meteu em quatro semanas de viagem; foram colhidas 60 horas de gravação.
A ação foi tentada no começo do século XX pelo marechal Cândido Rondon. No entanto, foi impedida pelos índios Xavantes que ocupavam a região, dentro dos atuais limites do Parque Nacional do Xingu, criado em 1961. Aí em 58, a Fundação Brasil Central confiou aos sertanistas a tarefa de demarcar o centro geográfico do país.
O documentário se vale de imagens da peregrinação atual e a utilização de imagens originais do próprio Cowell. Este, infelizmente, não pôde ver o filme pronto: ele faleceu em 2011. Como seria de se imaginar, a equipe conta com tecnologias modernas, como cartas náuticas e GPS. Aldeias são revisitadas e reencontros com velhos índios emocionam.
Serviço
Coração do Brasil (Idem, Brasil, 2012, 86 minutos, Livre)
Cine Metropolis: 18h20.