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Documentário resgata a história da Baía do Espírito Santo

 
São poucos que se lembram, mas a Baía do Espírito Santo, hoje chamada Baía de Vitória, já fez parte da paisagem e da vida dos moradores de Vila Velha. Agora, cercada por um muro, a baía afastou-se das comunidades de seu entorno, que antes tinham sua alimentação, lazer e convivência no espaço natural. 
 
O documentário Baía do Espírito Santo – Um olhar canela-verde, de Antônio Claudino de Jesus, conta as transformações paisagísticas e sociais da Baía de Vitória e resgata a história do local por meio dos olhares dos moradores. O lançamento será realizado nesta quinta-feira (22), a partir das 20 horas, no auditório do Titanic, em Vila Velha.
 
Claudino conta que o documentário se originou de um trabalho de educação ambiental e comunicação social que foi desenvolvido por meio da empresa Verve Produções, num Projeto denominado Educa São Torquato. No decorrer dos trabalhos em São Torquato, que durou cerca de 6 anos, Claudino observou que os moradores daquelas comunidades se referiam à Baia como um pedaço que lhes foi tirado.
 
“Há um muro que os separa do que outrora fora seu quintal. E tudo isto sem qualquer retorno econômico ou social. A partir desses depoimentos, percebemos a necessidade de realizarmos um registro audiovisual sobre a baía, focando os sentimentos daqueles cidadãos”, conta o diretor. O documentário também traz opiniões de especialistas e mescla imagens antigas com as atuais. O projeto teve apoio da Lei Vila Velha Cultura e Arte.
 
Baía do Espírito Santo – Um olhar canela-verde foi produzido durante dois anos, desde a pesquisa até a edição. Foram entrevistadas pessoas que tiveram contato direto com a baía, em diferentes momentos da história e de diferentes maneiras. “Foram captadas imagens com catraieiros, registrando a Baía hoje e as transformações sofridas. Outras mostrando como, apesar de tudo, ela ainda é linda e resiste bravamente”, diz Caudino, que também conta que conversou com o catraieiro vivo mais antigo.
 
 
Entretanto, o que mais lhe impactou foram as imagens do Cine Jornal mostrando a primeira explosão do Penedo, em nome do progresso. “Veio a lembrança da querida e imortal Beatriz Abaurre, a quem dedicamos o vídeo, quando de sua luta ferrenha para evitar que continuassem destruindo o Penedo, soterrando a Baía, ferindo mortalmente a sobrevivência de nossa majestosa paisagem e agredindo brutalmente nossa cultura”, lembra Claudino. 
 
Para o diretor, o diferencial do seu documentário é mostrar a baía pelo olhar vila-velhense, tanto sob a ótica afetiva quanto histórica e paisagística, com ênfase na questão ambiental. Inclusive o nome Baia do Espírito Santo é uma forma de reafirmar que o espaço não pertence a cidade de Vitória, que hoje o denomina. “O propósito do filme é gerar uma discussão para avaliarmos o quanto conhecemos ou ‘des-conhecemos’ este nosso cartão-postal, elemento natural e cultural”, explica. 
 
Além disso, há o desejo de o documentário contribuir para o processo de desenvolvimento sustentável empreendido pelos governantes e criar uma memória afetiva da região, para que ela seja preservada. Para Claudino, o documentário já está cumprindo suas funções e que só tem a agradecer “a equipe, reduzida, porém com competência, boa vontade e companheirismo. Um conjunto de artistas e técnicos que materializaram nosso documentário. Só assim foi possível realizá-lo”.
 
Serviço
 
O documentário Baía do Espírito Santo – Um olhar canela-verde será lançado nesta quinta-feira (22), as 20h, no auditório do Titanic. Praça Duque de Caxias, no Centro de Vila Velha.

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