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Drama de Vinterberg mostra como uma mentira pode se tornar ‘verdade’

 
Na próxima quinta-feira (15), o Cineclube Central realiza a exibição e discussão do filme Jagten, conhecido em português como A Caça, do diretor dinamarquês Thomas Vinterberg. A sessão será às 20h, na Academia de Letras de Vila Velha – Rua 23 de Maio, 83, Prainha. A participação é aberta ao público. 
 
Thomas Vinterberg foi parceiro de ideias do tão aclamado e polêmico cineasta Lars von Trier.  Entretanto, no filme A Caça, Vinterberg deixa de lado o excesso de todos os recursos cinematográficos da vertente que seguia e foca numa trama muito mais chamativa pela sua própria história de indignação que apresenta ao espectador uma espécie reflexão sobre como a mentira pode ganhar espaço e cegar o homem.
 
O enredo do filme apresenta o personagem Lucas, um antigo professor de ensino médio que, diante de uma separação, precisa estruturar uma nova vida e passar a dar aulas em um jardim de infância. O personagem vive de forma pacata numa vila dinamarquesa e, a não ser pelos problemas diários com que precisa lidar, como alcançar uma boa relação com o filho, as coisas seguem bem. A trama muda de tom e se torna até sombria a partir do momento em que Lucas é acusado de ter abusado de uma de suas alunas, Klara, filha de seu melhor amigo.
 
De acordo com Ariel Fonseca, coordenador do Cineclube Central, a exibição vem em boa hora se for levar em conta o contexto dos conflitos mundiais na atualidade. “Esta é uma obra escolhida pela nossa equipe por gerar muita discussão acerca do que é a verdade (e o que é a verdade para cada um). A questão que se quer levantar é sobre os tipos de mentiras perversas que são usadas para justificar alguns atos, como este de atualmente em que jovens muçulmanos são convencidos de alguma forma a pratiquem atos de violência contra a liberdade. Parece um tipo de lavagem cerebral, como no filme Laranja Mecânica. Mentiras em nome de uma divindade”, acrescentou. 
 
No filme, Lucas passa a viver um terror a partir do momento em que toda a cidade acredita que ele realmente abusou da criança, mesmo sem fatos e provas. Agressão, coerção e medo se tornam rotina na vida do personagem e até do filho dele, que nada tem a ver com a situação. E o enredo do filme se constroi na perturbação da dualidade entre acreditar numa inocência do protagonista e/ou entender o que toda a cidade sente diante de um fato desses. A trama passeia de forma muito clara entre civilidade e irracionalidade. 
 
“Assim como a questão abordada em A Caça, nossa discussão será também sobre se as pessoas só são inocentes até se que prove o contrário. Ano passado, aqui no Brasil, por causa de um tipo de mídia sensacionalista local, uma mulher com problemas psiquiátricos foi confundida com uma praticante de magia negra e morta pela multidão que pretendia fazer justiça com as próprias mãos. Fica perceptível que o que o filme apresenta não está tão distante da realidade” explica Ariel. 
 
A Caça foi produzido em 2012 e ganhou espaço no Festival Internacional de Cinema de Toronto, além de competir no Festival de Cinema de Cannes – na ocasião Mads Mikkelsen, que interpreta Lucas, foi premiado como melhor ator.
 
 
 
Serviço
 
O filme A caça, do diretor Thomas Vinterberg, será exibido pelo Cineclube Central na próxima quinta-feira (15), às 20h, na Academia de Letras de Vila Velha – Rua 23 de Maio, 83, Prainha. A participação é aberta ao público. 

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