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Entrega do manifesto Capital da Cultura a Gandini é adiado

Encontro seria o primeiro com candidato em Vitória e será remarcado por conta do falecimento do produtor Rike Soares

A primeira agenda de artistas e produtores do Estado responsáveis pelo manifesto Capital da Cultura, que seria realizada nesta quinta-feira (15), em Vitória, foi adiada devido ao falecimento do produtor cultural Rike Soares. O grupo se reuniria com o deputado estadual Fabrício Gandini (Cidadania), para apresentar as propostas e debatê-las. Uma nova data ainda não foi definida.

A iniciativa ocorre em tempos de retrocesso a nível nacional no âmbito da cultura, estimulada principalmente a partir de articulações na cidade de São Paulo. O movimento se ampliou para outros estados, e o Espírito Santo é um dos que vai lançar uma versão local do documento, que deve ser apresentado aos concorrente da disputa. A equipe está em contato também com outros candidatos para agendar encontros. Vitória, este ano, tem 14 palanques à prefeitura.

“A gente está vivendo um momento delicado no país politicamente falando, de obscurantismo, de um flerte muito grande com a censura, ataques diretos ao setor cultural”, declara o produtor cultural Bruno Lima, um dos articuladores da iniciativa no Espírito Santo. “Identificamos a cultura como eixo estratégico, central. Viemos sofrendo nessa crise agravada com a pandemia, mas que desde antes já vinha por meio de uma política ultraconservadora e ultraneoliberal, na contramão do desenvolvimento e do progresso, que reflete em aspectos econômicos e sociais, aponta.

“Esse movimento nas eleições é fundamental, inclusive porque aproveita que há um momento de disputa nas cidades, e isso exige um compromisso daqueles que têm interesse em captar a cultura para dentro do seu plano de governo”, diz Bruno Lima.

O manifesto se coloca como um programa que enfrenta o obscurantismo e coloca a cultura como elemento para diminuição das desigualdades e formulação de estratégias de desenvolvimento. O documento tem 10 eixos, classificados como “movimentos”: calendário integrado, difusão cultural, pertencimento, memória, formação, incentivo, fomento, novo modernismo, reconhecimento e gestão.

Bruno destaca que ao pensar em “novo modernismo”, a carta faz referência ao movimento cultural surgido na Semana de Arte Moderna, que completará 100 anos em 2022, porém com a ideia de uma perspectiva mais plural, com destaque para a produção cultural das periferias ao invés do olhar mais elitista de 1922.

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