Proposta é gritar contra as violências cotidianas que afetam as mulheres e tudo o que é feminino
Artistas capixabas decidiram denunciar o feminicídio por meio da arte. O livro “Abajur Cor de Carne – Cartografia pela Dança” fala de uma apresentação artística homônima que combate também a violência de gênero, crescente no Espírito Santo.
O espetáculo de dança foi lançado em 2019 pelo coletivo Emaranhado e, no livro, os autores procuram abordar as estratégias utilizadas na apresentação para denunciar o feminicídio negro por meio da arte.
A publicação do livro foi aprovada na Lei Aldir Blanc, dentro do Edital de Seleção de Projetos e Concessão de Prêmio “Cultura Digital” – Apoio à Produção de Conteúdos Digitais no Estado do Espírito Santo.
O livro também tenta suprir lacunas. O coletivo capixaba sentia falta de uma literatura que abordasse uma teoria e metodologia no campo da dança. “A gente tem um déficit de escrita com a memória da dança baseada na apresentação dos espetáculos. A ideia era construir um material que trouxesse isso”, explica Maicom Souza, um dos autores do livro.
Desde 2016, o coletivo tinha ainda o interesse de produzir um material artístico que denunciasse o feminicídio crescente no Estado. “Todos os dias sai no jornal casos de feminicídio, só que outros segmentos também precisam abordar esse tema e produzir reflexões sobre isso”, ressalta.
Além de ser organizado e escrito pelo filósofo e produtor cultural Maicom Souza, o livro construído a partir do espetáculo teve parceria de Thaynah Bettini, Érica Ortolan, Ricardo Reis, Paloma Rigamonte, Elaine Vieira e todos artistas que participaram das apresentações.
Um dos capítulos chegou a ser reconhecido no Prêmio Balogun Abdias do Nascimento de Artigos e Pesquisas Científicas em Culturas e Religiões Afro-Brasileiras do Rio de Janeiro.
O formato virtual do livro já está disponível para acesso online e a versão impressa foi lançada nesse sábado (3) em um evento realizado em frente ao Teatro Carlos Gomes, no Centro de Vitória.