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Espetáculo ‘Tangerina’ estreia com três sessões online

Atriz Lorena Lima interpreta mulher com insônia em dramaturgia construída durante a pandemia

“Desde criança, ela é acometida por um tipo de insônia não diagnosticada pela ciência. De madrugada, anda pela casa à procura do ‘tempo’, com o intuito de tomar satisfações e acertar as contas com ele sobre o que considera injusto”. Essa é a história revelada pela sinopse de Tangerina, obra de teatro produzida durante a pandemia que estreia nesta semana em formato digital. A peça, concebida e interpretada por Lorena Lima, será transmitida pela plataforma Zoom nos dias 18, 19 e 20 de dezembro, às 19h, com ingressos vendidos antecipadamente pela Sympla.

Artista paraense radicada no Espírito Santo, Lorena Lima é escritora, dramaturga, atriz, diretora e artesão, além de fundadora do Grupo Beta de Teatro. Diante do momento de isolamento social por conta da pandemia do novo coronavírus, ela retomou a escrita e visitação de uma coletânea de contos femininos autoficcionais que estava produzindo. “O processo de solidão e recolhimento artístico durante a pandemia contribuíram profundamente para o desenvolvimento da dramaturgia. Era preciso quietude para brotar o que está aí”, conta.

Um desses contos, que dá nome também à peça, veio a calhar ainda mais para o momento e ganhou força para sair do papel e virar dramaturgia. Tangerina saltou aos meus olhos e grudou em mim”, resume Lorena Lima. “Sentia a necessidade de me aprofundar na história dessa mulher do conto que sou eu, de ‘arrancar’ mais cascas, de revelar incômodos e segredos sociais, grudados em meu histórico feito gomos”.

Divulgação

Para transformar em teatro, ela e sua equipe investiram na iluminação e na trilha sonora, elementos fundamentais para ambientar as cenas e o contexto histórico vivido. A história se passa na madrugada e, por isso, o uso das luzes se faz fundamental. Em cena entra apenas a atriz, uma cadeira e alguns adereços usados ao longo do desenvolvimento do espetáculo.

“Desde o início eu já sabia a relação que queria ter com o espectador”, conta a atriz. Romper a quarta parede e ter uma relação direta, íntima, com o público, por meio do uso da aproximação da câmera, que faz o registro de forma centralizada.

Apresentar online foi a forma encontrada para dar vazão à obra teatral, já surgida com esse caráter de urgência, que a fez sentir viva. “Não podemos abrir mão de encontrar uma maneira de continuar, de tocar as pessoas através do que o espetáculo diz”, reflete Lorena.

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