Atriz Lorena Lima interpreta mulher com insônia em dramaturgia construída durante a pandemia
Artista paraense radicada no Espírito Santo, Lorena Lima é escritora, dramaturga, atriz, diretora e artesão, além de fundadora do Grupo Beta de Teatro. Diante do momento de isolamento social por conta da pandemia do novo coronavírus, ela retomou a escrita e visitação de uma coletânea de contos femininos autoficcionais que estava produzindo. “O processo de solidão e recolhimento artístico durante a pandemia contribuíram profundamente para o desenvolvimento da dramaturgia. Era preciso quietude para brotar o que está aí”, conta.
Um desses contos, que dá nome também à peça, veio a calhar ainda mais para o momento e ganhou força para sair do papel e virar dramaturgia. “Tangerina saltou aos meus olhos e grudou em mim”, resume Lorena Lima. “Sentia a necessidade de me aprofundar na história dessa mulher do conto que sou eu, de ‘arrancar’ mais cascas, de revelar incômodos e segredos sociais, grudados em meu histórico feito gomos”.
Para transformar em teatro, ela e sua equipe investiram na iluminação e na trilha sonora, elementos fundamentais para ambientar as cenas e o contexto histórico vivido. A história se passa na madrugada e, por isso, o uso das luzes se faz fundamental. Em cena entra apenas a atriz, uma cadeira e alguns adereços usados ao longo do desenvolvimento do espetáculo.
“Desde o início eu já sabia a relação que queria ter com o espectador”, conta a atriz. Romper a quarta parede e ter uma relação direta, íntima, com o público, por meio do uso da aproximação da câmera, que faz o registro de forma centralizada.
Apresentar online foi a forma encontrada para dar vazão à obra teatral, já surgida com esse caráter de urgência, que a fez sentir viva. “Não podemos abrir mão de encontrar uma maneira de continuar, de tocar as pessoas através do que o espetáculo diz”, reflete Lorena.
Quando: 18, 19 e 20 de dezembro, às 19h
Onde: Online pela plataforma Zoom
Ingressos: Sympla
FICHA TÉCNICA
Dramaturgia e atuação: Lorena Lima
Direção: Alexsandra Bertoli
Iluminação: Daniel Boone
Trilha Sonora: Edivan Freitas (concepção a partir do samba composto por Lorena Lima, junto a voz original de Lindaura Espíndula França – in memoriam)
Diego Scarparo: Captação de áudio e vídeo
Luiz Vila Nova: Edição de Vídeo
Figurino e Elemento Cenográfico: Grupo Beta de Teatro
Apoio: Má Companhia, Grupo Z de Teatro, Portal Produtora Cultural e Grupo Beta de Teatro