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Espírito Santo terá R$ 9 milhões para reinvestir pela Lei Aldir Blanc

Coluna CulturArte: Lei Paulo Gustavo tramita, série retrata cultura Guarani do ES, e projeto capixaba é destaque na TV Globo

Política cultural

Recursos da Lei Aldir Blanc poderão ser reinvestidos no ES 

Na última terça-feira (1), o Congresso Nacional derrubou o veto do presidente Jair Bolsonaro que impedia a reutilização dos recursos provenientes da Lei Aldir Blanc que não foram utilizados a tempo por estados e municípios, que totalizam R$ 770 milhões de investimentos para o setor cultural. No Espírito Santo, a quantia ultrapassa R$ 9 milhões, incluindo recursos que podem ser aplicados por estados e municípios até o fim do ano. Vitória é a cidade com mais recursos a reinvestir: R$ 1,57 milhão. Entretanto, os gestores ainda estão preocupados com os trâmites necessários.

Lei Paulo Gustavo tramita no Congresso 

Divulgação

Em moldes similares ao da Lei Aldir Blanc, foi apresentado pelo senador Paulo Rocha (PT-PA) a Lei Paulo Gustavo, em homenagem ao ator, que assim como o cantor, foi vítima da Covid-19. Os objetivos de ambas é liberar recursos não utilizados do Fundo Nacional de Cultura para uso emergencial em apoio à arte e cultura, fortemente afetados pela crise sanitária.

A Lei Aldir Blanc representou o maior investimento da história do país em cultura, feito de forma descentralizada, acessível a todos estados e municípios do país, numa ação inédita e considerada como ideal para o funcionamento de fato de um Sistema Nacional de Cultura. Se no ano passado o recurso foi de R$ 3 bilhões, a Lei Paulo Gustavo quer direcionar R$ 4,3 bilhões do fundo para estados e municípios para utilização até o final de 2022. Do total R$ 2,8 bilhões são para o audiovisual, setor com investimentos represados por conta da paralisação da Agência Nacional de Cinema (Ancine) nos últimos anos. O governo já se pronunciou contra a lei e o bolsonarismo iniciou seus ataques à iniciativa.

Fabrício Noronha é o novo presidente do Fórum Nacional de Secretários

Secult

O secretário de Estado da Cultura, Fabricio Noronha, foi eleito no final de maio como presidente do Fórum Nacional de Secretários e Dirigentes Estaduais de Cultura, que tem cumprido importante papel no difícil diálogo com o governo federal a respeito da Lei Aldir Blanc e outras demandas do setor cultural. Nos últimos dois anos, Fabricio foi vice-presidente do Fórum na gestão comandada pela secretária paraense Úrsula Vidal.

Fórum estadual será coordenado por Renata Weixter

Facebook

Já no plano estadual, a subsecretária de Cultura de Viana, Renata Weixter, foi eleita por unanimidade para assumir a presidência do recém-criado Fórum de Secretários e Dirigentes Municipais de Cultura do Espírito Santo. No ano passado, ainda como secretária de Cultura de Cariacica, ela participou ativamente das primeiras articulações entre os municípios, com apoio da Secult e impulsionamento a partir da necessidade de preparação para receber os recursos da Lei Aldir Blanc. A mesa diretora do Fórum está composta por representantes de 12 municípios das diferentes regiões do estado.

TERRITÓRIOS E DIVERSIDADE 

Série retrata cultura guarani no Espírito Santo

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Jovens da aldeia Kaagwy Porã (Nova Esperança) estão envolvidos nas últimas semanas com produções audiovisuais. Ao todo são onze pessoas envolvidas na produção, que vai resultar em quatro episódios da série Reikwaapa – Saberes Guarani, abordando aspectos culturais da etnia a partir dos cantos guaranis. As últimas filmagens foram realizadas na semana passada, e a expectativa é que os capítulos sejam lançados a partir do mês de julho. Com recursos da Lei Aldir Blanc, o projeto mobilizou jovens para dar continuidade ao trabalho iniciado em 2011 em parceria de Werá Djekupé, hoje cacique da aldeia, e o cineasta Ricardo Sá, com objetivo de retratar a cultura e identidade guarani.

Projeto capixaba é destaque na Rede Globo

Vitor Taveira

As obras do projeto Cidade Quintal em Vitória foram destaque da semana no programa Encontro, comandado por Fátima Bernardes na TV Globo. Entre 31 de maio e 4 de junho, as imagens dos trabalhos desenvolvidos em ruas, muros e casas nos bairros Floresta, Romão, Forte São João, Ilha das Caieiras, Vila Rubim e Ilha do Príncipe, todos em Vitória, foram exibidos como parte do cenário do programa. Neste vídeo, a apresentadora fala um pouco sobre o projeto que tem enchido a capital capixaba de cores e memórias.

DICAS CULTURAIS 

A cada semana, trarei na coluna algumas sugestões de produções artísticas e culturais feitas no Espírito Santo, sejam lançamentos recentes ou materiais históricos.

Literatura 

Guananira reúne crônicas de Bernadette Lyra, uma das mais destacadas escritoras capixabas da atualidade, sobre a cidade de Vitória. Lançado em 2019 pela editora Maré, a obra ganhou recentemente uma edição em e-book e uma versão em audiolivro, narrado por três atrizes.

Audiovisual

Convictas, de 16 minutos, é um dos filmes disponíveis na Filmoteca Colorado, criada recentemente pelo Cineclube Colorado. Dirigida por Kami Barbosa, obra se define como “documentário sapatônico” e entrevista três mulheres sobre suas experiências e a importância de se afirmarem lésbicas.

Música

Canto a Nanã, do OGÓ, é um belo tributo à divindade africana, fazendo referência às Paneleiras de Goiabeiras. O registro abaixo foi feito da apresentação do integrante do grupo, Gessé Paixão, no Estúdio Bravo na ocasião do Festival Pretativa.

Podcast

Tendência crescente a nível nacional e mundial, os podcasts também vêm se popularizando no Espírito Santo. O músico Jura Fernandes, ex-integrante do Casaca, é um dos que lançou um podcast, chamado de A Hora da Música. Nele, bate um papo descontraído com novos talentos nomes em ascensão e expoentes da música em gêneros que vão da MPB ao heavy metal, passando também por sertanejo, rap e artistas de outros ritmos. Ouça aqui.

Calendário

Exposição estreia de forma híbrida na Galeria Homero Massena

Bárbara Bragato desenhada por Célia Ribeiro

As artistas capixabas Bárbara Bragato e Célia Ribeiro estreiam na próxima segunda-feira (7) nas redes da Galeria Homero Massena a exposição online “corpos entre tempos”, na qual buscam entrelaçar fotos, desenhos e vídeos à distância para potencializar o encontro. “Como tocar o corpo intocável em plena pandemia? Quais são as tentativas possíveis para materializar esses corpos distantes?”. Essas são algumas questões levantadas pelo trabalho conjunto, que também estará exposto na galeria localizada no Centro de Vitória a partir de 1 de julho.

Contribua 

Retomando a coluna CulturArte depois de uma pausa, fiz alguns ajustes no formato. Tentarei dividir a edição de cada semana em sessões com foco em temas como política cultural; diversidade cultural; memória e patrimônio; dicas de cultura e calendário. O que achou? Para críticas e sugestões pode entrar em contato por [email protected].

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