A partir desta terça-feira (30), alunos de cinco escolas municipais de Vitória entrarão em contato com mais de meio século de tradição folclórica do Espírito Santo. Com 60 fotos, o projeto itinerante Retratos Capixabas reúne três fotógrafos que registram as manifestações populares capixabas pelo menos desde os anos 60, como o jornalista Rogério Medeiros.
Foto: Rogério Medeiros
A partir dos anos 80, Tadeu Bianconi começou a trilhar o mesmo e Apoena Medeiros representa a nova geração de fotógrafos folcloristas. Reunidos, Rogério, Tadeu e Apoena retratam os principais mestres, muito já mortos, e as principais transformações do folclore capixaba no último meio século.
A exposição será inaugurada na escola municipal Ceciliano Abel de Almeida, em Itararé, onde fica até 10 de junho. A seguir, vai para as escolas Neuza Nunes Gonçalves, em Nova Palestina; Juscelino Kubitschek de Oliveira, em Maria Ortiz; Mauro Braga, em Santa Teresa; e Francisco Lacerda de Aguiar, em São Pedro I.
Os textos ilustrativos da exposição serão do jornalista e escritor Adilson Vilaça. Em cada escola haverá palestra sobre o folclore capixaba com os fotógrafos.
A exposição também é uma reflexão sobre a cultura popular do Estado. Vitória é um bom exemplo. Ao registrar as bandas de congo da capital capixaba, a exposição mostra como essas manifestações são, antes de tudo, fruto de transformações sociais: o mesmo processo de industrialização que, por um lado, desfigurou tradições no interior, por outro, semeou novas tradições na metrópole, provocadas pela migração campo/cidade.
Conhecer a sua própria história e como ela foi e vem sendo transformada ao longo dos anos é o principal objetivo do projeto. Não se trata apenas de uma exibição de fotos artísticas: a ideia é perpetuar a vida e a memória de personagens que fizeram e fazem a história do folclore capixaba.
Tradições como o Congo, Folia de Reis, Festa de São Benedito e Marujada são manifestações culturais que estiveram sempre presentes no foco das lentes dos três fotógrafos. A entrada é franca.