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Fabio Pinel mostra seu dom de cantar

Foto: Italo Spagnol

Filho de bamba, bamba é. Nascido em Lajinha (MG), sua relação com o samba começou aos seis anos de idade, levado pelo pai, Aladim Pinel. Ainda criança já pegava o cavaquinho, instrumento que o acompanha até hoje, aos 24 anos, quando lança seu primeiro disco O Dom de Cantar.

Radicado no Espírito Santo desde 2009 e em Vitória desde 2012, Fabio vem construindo sua carreira nas rodas de samba capixaba, tendo passado pelo grupo Ilha Samba e grupo Samba Fino. Há quatro anos se apresenta no Divino Botequim, em Jardim da Penha. Gosta de cantar de tudo, pop, forró, ritmos nordestinos. “Mas onde me sinto mais em casa é no samba e é onde pretendo caminhar”, diz.

Em seu primeiro álbum autoral, o jovem da nova geração do samba do Espírito Santo traz oito faixas que fazem tributo ao ritmo que tanto ama, contando com participações e uma equipe de músicos de peso como Cecitônio Coelho, Léo de Paula, Dora Dalvi, Nicola Pasolini, Carlos Papel e Chico Chagas.

Disponível nos programas e aplicativos de música, o álbum terá pré-lançamento no sábado, dia 7 de março, às 13h, no Divino Botequim. No mesmo local e horário, também será apresentado no dia 21 de março. Outros shows que já estão na agenda serão no dia 28 de março, às 11h, na loja Van Instrumentos, e no dia 18 de abril, 20h, na Casa de Bamba.

O Dom de Cantar abre alas com a canção Vida Boêmia, parceria entre Fabio e Aladim que, como sugere o nome, fala da boemia de amigos numa roda de samba, daquelas que o cidadão não conseguir ir embora.

O tributo aos sambistas aparece no disco com Roda dos Bambas, num boteco imaginário em que ser reúnem os grandes sambistas da história, muitos deles já habitantes de outro plano, e em Clementina do Brasil, numa homenagem a uma das mulheres negras pioneiras no samba brasileiro, Clementina de Jesus.

A faixa que dá nome ao disco, O Dom de Cantar, vem no tom do samba de gafieira, trazendo força no baixo, bateria e instrumentos de sopro, falando sobre a inevitável força que guia o sambista a exercer sua arte.

Você Vai Ver é uma música que aparentemente fala de uma decepção amorosa, mas que depois revela um tom político, na crítica aos atuais retrocessos, ao som do hino nacional tocado no final por uma bateria de escola de samba.

Em Primeira Flor, o samba ganha uma roupagem especial com a participação do acordeon de Chico Chagas, num dolorido tom de um amor que se vai.

Penúltima canção, Receita de Bolo não podia ser mais literal. Com sagacidade e elegância, Fabio Pinel transformou em canção a receita de um bolo que sua esposa fez para sua irmã de aniversário, contando com a bela participação de um solo de trombone de Joabe Reis.

Finalizando, a marchinha Velha Cidade, letra de autoria de Aladim Pinel em homenagem à cidade natal de ambos, Lajinha, que vivia um carnaval tradicional e marcante até as décadas de 70 e 80, mas que hoje se resume a carros de som. “Com um passado glorioso e um futuro tão incerto/ As ruas da velha cidade estão parecendo um deserto”. O disco termina com o verso: “Quero encontrar a cidade mas não sei onde ela está”.

Na cidade em que agora habita, Vitória, Fábio encontra um movimento oposto da terra natal em Minas Gerais. Em pleno carnaval, um multidão toma as ruas. Que viva o samba!

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