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???????Fase Nassau (Tribuna FM)

Essa fase foi crucial na minha carreira. Um divisor de águas em toda minha vida. Tinha chegado ao ápice do profissionalismo ainda muito jovem, apenas 30 anos. Se João Santos não tivesse desaparecido no acidente de avião no Paraguai, hoje a comunicação no Espírito Santo seria diferente. João Santos iria montar um grande complexo de rádio e TV em todo Estado. Sua morte mudou a história do rádio, jornal e televisão do Estado e toda minha história profissional também.

João Santos Filho

Desempenhava o trabalho na Escelsa quando Maurício Prates, ainda em Cachoeiro, liga dizendo que tinha indicado meu nome a João Santos para montar a Tribuna FM em Vitória. Maurício trabalhava na fábrica de cimento do grupo em Cachoeiro, e por gostar muito de música e de rádio, montou a Tribuna FM de Cachoeiro, primeira concessão em rádio do Grupo Nassau.

Fui convidado a ir ao Rio conversar com João Santos Filho, que ficava no escritório do grupo na Avenida Rio Branco. João Santos fazia ponte com Vitória e Rio. 

Ele disse que gostaria de contar comigo “full time” e que eu montaria a Rádio Tribuna, a segunda concessão de rádio, e que os recursos viriam da fábrica de cimento Nassau em Cachoeiro.

Recordo bem deste momento. Retruquei convicto que seria dificil, pois tinha a Gazeta com sua estrutura bem montada, com rádio e TV, e que o nome Tribuna estava no momento desacreditado. Ele segurava nas mãos uma borracha de apagar, dessas branquinhas, quadradinha, grossinha. Ele partiu a borracha no meio com os dedos, de tanta raiva, enquanto dizia para mim:

“ Primeiro, disse ele, aquela Gazeta não será isso tudo até a gente montar nosso complexo de Comunicação em todo Estado, ela é dirigida por um bon vivant (referindo a Cariê); segundo, o nome Tribuna voltará a ser respeitado, começando com você, que irá buscar dinheiro vivo em Cachoeiro para montar sua rádio, quero em tempo recorde, pronta em 60 dias. Tudo à vista”, finalizou. E foi assim que aconteceu. Naquele momento, tinha entrado para o livro dos homens de confiança de Dr. João Santos Filho. Tinha largado a Escelsa.

A Rádio

Montar uma rádio, principalmente dentro de um grupo industrial forte na época, era muito difícil, complicado. Por ser novo, convidei três pessoas mais velhas e com experiênca para trabalhar comigo, principalmente no início. Chamei Geraldo Sobrosa com vasta experiencia em rádio e administração, convidei Euridice Gagno para gerir a parte comercial, e Jose Americo Mignone, com quem aprendi rádio, para que eu não tivesse chance de errar.

Montamos uma bonita e segura estrutura de rádio, tanto fisica como em equipamentos. Isso causava inveja na própria empresa, mas como João Santos aprovava o que eu estava fazendo, os invejosos engoliam a seco.

Foi montada uma equipe com os melhores profissionais de rádio. Os primeiros foram: Miguel Roldan, Marcos Wyatt, Guarnandir Silva, Luis Carlos Coelho, Edu Henning, Marcos Jose Lima, Adilson Paixão, Adilson Caetano, Gastão Follador, a técnica com João Caruru. Programas com Marien Calixte e o médico José Saleme, os especiais de Edú. Depois vieram outros.

 

Teve um episódio que merece registro. Fomos autorizados a colocar outdoors de inauguração. Uma agência (que não existe mais) criou o outdoor. Mas não aceitei, então resolvemos criar, e criamos. Dizia o seguinte, curto e grosso: OUÇA (bem grande, centralizado), logo abaixo, menor: RÁDIO TRIBUNA FM 99,1. Do lado direito embaixo, A PARTIR DO DIA 30 DE MARÇO. Só isso, nas cores de cimento molhado, o verde claro. Pronto, chamava a atenção aquele OUÇA de todo tamanho. As pessoas queriam ler o que estava abaixo e liam o nome da rádio. Atingimos o objetivo sem a cooperação das agências.

 

Construção da Rádio

João Santos Filho tinha seus homens de confiança aqui em Vitória. Ambos de Cachoeiro, que antes trabalharam com ele na fábrica de Monte Líbano. Um deles era Nero Abranches, o outro era Rubinho Grilo. Ele havia ordenado que a rádio fosse construída na parte térrea da sede e assim o fizemos. Bonitas instalações, planta bem elaborada, boa mobília, etc, como ele queria que fosse.

 

Quadros

 

Quando estive nos Estados Unidos pela primeira vez, visitei uma rádio em New York onde ela colocava quadros de seus principais apresentadores através dos corredores da emissora. Fizemos o mesmo com o pessoal que ocupava microfone na Tribuna FM.

 

Interferência

 

Mas rolava uma certa inveja com o pessoal do jornal. Lembro que Rubinho Gomes era editor-chefe e Marien Calixte diretor. Eles viviam querendo interferir na programação da rádio com coisas do jornalismo. A emissora já tinha seus noticiários na linguagem rádio.

 

O PRÓXIMO SERÁ O CAPITULO 9 – “AINDA A FASE NASSAU – TRIBUNA FM E AM)

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