Membro da Academia Brasileira de Letras, Ignácio de Loyola Brandão é um dos palestrantes neste sábado
A programação será entre 15h e 19h com transmissão pelo YouTube e Facebook, contando com uma palestra de abertura com o escritor Ignácio de Loyola Brandão, eleito no ano passado como membro da Academia Brasileira de Letras (ABL). Em seguida, haverá três meses temáticas com convidados.
A primeira mesa traz como tema Literatura e Cidades, em debate com Ana Cabral, professora da Universidade Federal Fluminense (UFF) e Émerson Poeta Morto, escritor capixaba ligado à poesia marginal. Em seguida, o papo será sobre Literatura e Outras Mídias, com participação de Vilto Reis, produtor e apresentador do 30:MIN, podcast sobre literatura, e Nieve Matos, coordenadora do projeto Elas Tramam, focado na produção de dramaturgia feita por mulheres.
Na mesa “Literatura Democrática” estarão o escritor e editor Saulo Ribeiro, da Editora Cousa, e Júlive Argentina, do Conselho Regional de Biblioteconomia do Espírito Santo e Minas Gerais. O Encerramento será com uma palestra de Mirtes Sants, coordenadora do projeto Pretaria BlackBooks, primeiro clube de leitura antirracista por assinatura do Brasil.
O Festival Acessa Livro é fruto de uma residência artística do psicólogo e escritor Mateus Pedrini no Centro Cultural Eliziário Rangel, que começou com uma oficina de contos. “A ideia do evento surgiu da necessidade de manter conexões mesmo em tempos de pandemia. De criar algum evento que ajudasse amantes as pessoas conectadas”, conta Mateus, lembrando que a literatura, junto com outras artes, foi e tem sido um lugar de refúgio para muitas pessoas nos momentos de isolamento social.
Por conta da proposta de taxação sobre os livros anunciada pelo ministro da Economia Paulo Guedes, a ideia ganhou ainda mais força e adotou o nome de Festival Acesa Livro, ressaltando a preocupação de que as pessoas possam ter acesso à literatura independente de sua condição econômica e social, evidenciando as diferentes formas de circulação da literatura.
“O evento vai contribuir para quem se interessa por literatura especialmente pelo debate que a gente está propondo, porque tão importante quanto ler é debater o que a gente lê, escreve e pensa”, afirma o coordenador, que junto com a equipe organizadora pensou os temas e convidados do festival considerando a atual situação política do país e o posicionamento crítico em relação a isso.
Para ele, é importante pensar as formas de acesso à literatura, dado seu potencial transformador. “É preciso entender que é possível afirmar as coisas politicamente pelas artes, que é possível criar eventos e espaços como esse para que as pessoas debatam o que elas gostam, sentem e pensam. A literatura transforma nosso modo de pensar, de ver o mundo e se relacionar com os outros. Se a gente debate o que está lendo, pensando e escrevendo, essas relações podem ficar mais fortes”, conclui Mateus Pedrini.