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Festival Torta Black reúne resistência cultural, ancestralidade e afrofuturismo

Quinta edição do projeto acontecerá online com debates e apresentações artísticas, como show do grupo Melaninas MC

Evento que se destaca por promover a cultura negra, o Festival Torta Black realiza nesta sexta-feira e sábado (5 e 6) sua quinta edição, totalmente online. As atividades vão girar em torno do tema “Resistência cultural, ancestralidade e afrofuturismo”, contando com rodas de conversa, shows e outras apresentações culturais. Entre as atrações estão o grupo Melaninas MCs, e os músicos Fabriccio e Mauricio Tizumba, de Minas Gerais.

“Resistência cultural é um tema muito importante na atual conjuntura e fala disso, de ancestralidade e de como estamos vivendo um momento muito crítico, especialmente para o povo negro, que é a maior parte da população brasileira. E o afrofuturismo é um movimento que propõe projetar um futuro melhor para os negros”, conta Fabio Carvalho, curador e diretor artístico do Festival Torta Black, organizado pelo Instituto Manguerê, que teve início na Ilha das Caieiras, mas que também passou pela Fábrica de Ideias e pela Universidade Federal do Estado (Ufes) em edições anteriores, e agora realiza uma edição virtual por conta da situação ainda crítica da pandemia da Covid-19.

“O conceito do festival é o da torta capixaba, que precisa de vários ingredientes para fazer essa mistura. Então a gente pensa o Torta Black a partir de várias linguagens artísticas e culturais negras, fazendo essa mistura e dando tempero a essa torta”, aponta Fabio Carvalho.

Mestre Zé Bento. Foto: Divulgação

Partindo do reconhecimento dos grandes mestres, o evento deste ano homenageia com a entrega do Troféu Lameirão o Mestre Zé Bento, fundador da primeira banda de congo mirim do Espírito Santo, que terá em seguida uma apresentação com a Banda de Congo São Benedito e São Sebastião, de Nova Almeida, na Serra, única atividade gravada do festival. Isso porque além de gravar ao ar livre, em frente à histórica Igreja de Nova Almeida, evitando aglomeração devido ao grande número de integrantes, que dificultaria atividades em estúdio, ainda é tradição das bandas de congo que os tambores silenciem durante o período de quaresma.

Outra novidade é que o público poderá perceber também o diálogo entre o congo capixaba e a congada de Minas Gerais, representada por Mauricio Tizumba, que além de fazer um show, participa do painel de abertura com o tema “Ancestralidade e Resistência Cultural: Passado, Presente e Futuro”, junto com a professora de História Leonor Araújo e a psicóloga e artista Castiel Vitorino.

O segundo painel trará o tema “Afrofuturismo: conceituação, narrativas e estéticas”, tendo como convidada a professora e pesquisadora do tema Kênia Freitas, abordando o movimento político e estético surgido no século 20, a partir da influência africana e diaspórica e inspirada na ficção científica e no realismo fantástico.

Nas atrações musicais, estará presente o show voz e violão de Fabriccio, artista capixaba que ganhou projeção nacional com seu som com base no R&B, e o grupo de rap Melaninas MC, formado por quatro mulheres negras com narrativas sobre questões sociais, de gênero e étnico-raciais. O Festival ainda terá participação do DJ Zapie e da grafiteira Keka Florêncio, que fará um mural ao vivo.

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