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Filme nacional ‘O Gorila’ mescla solidão e desespero

As críticas são ferrenhas sobre o novo filme de José Eduardo Belmonte, 'O Gorila'. Isso porque, ao mesmo tempo em que o longa-metragem entra no circuito de festivais de cinema importantes pelo Brasil, ganhando cada vez mais  notoriedade, há quem o considere fraco e com roteiro duvidoso. A disparidade entre as opiniões dos críticos tem até gerado certa visibilidade à produção, que estrou recentemente no Cine Metrópolis, da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), em Vitória, onde permanece em exibição até o próximo dia 22. 
 
Belmonte foi diretor de filmes como “Se nada mais der certo”, de 2009 – sucesso de crítica; e “Bili Pig”, de 2012 – bem criticado negativamente. Dessa vez, o diretor apresenta em 'O Gorila' uma trama que mistura diversos gêneros de forma drástica, como o romance, o drama, o humor e um suspense um tanto quanto teatral e que se encaixa na produção de forma a desenvolver o personagem principal, Afrânio, vivido por Otávio Muller
 
Afrânio é dublador de filmes aposentado perdido em meio à solidão da própria vida e, assim, desesperado em se reinventar de algum jeito, como forma de livrar-se dos carmas que conquistou para si. Em meio a essa angústia e crise de existência, o personagem resolve então criar uma espécie de alter-ego, um personagem de si mesmo, com certas excentricidades e uma pitada de coragem que Afrânio definitivamente não tem. 
 
Nessa empreitada Afrânio cria o Gorila, representado por ele mesmo como um homem forte, sedutor e disposto a iludir pessoas. O personagem de Afrânio começa a passar trotes para pessoas aleatórias, sustentando conversas íntimas com indivíduos desconhecidos e, de forma bastante estranha, passa a conquistar essas pessoas, de mulheres á homens. O plano de fuga da própria vida vai bem até que o Gorila se depara com o reverso da situação: ele recebe um trote de uma mulher que ameaça se matar. 
 
O Gorila é inspirado no conto homônimo de Sérgio Sant’Anna e, muito de suas críticas estão relacionada à verba de R$ 1 milhão usada para gravar o filme que, com apensar três semanas foi filmado – fato que alguns críticos atribuem à falta de consistência da trama e e desprendimento de enredo. Aliás, a produção foi filmada em 2011 e finalizada no ano seguinte. 
 
Alessandra Negrini  entra na história do filme como uma das vítimas dos trotes do Gorila, interpretando Rosalinda. Já Mariana Ximenes vive Cintia, personagem que irá fazer a história percorrer por entre os gêneros já citados.  O filme conta ainda com a atuação de Milhem Cortaz
 
 
 
Serviço
“O Gorila”, de José Eduardo Belmonte, com atuação de Alessandra Negrini, Otávio Muller e Mariana Ximenes está em exibição no Cine Metrópolis, sempre às 20h30. O cinema fica no Campus de Goiabeiras da Ufes – Avenida Fernando Ferrari, 514, Goiabeiras, Vitória. 

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