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FLIPOBRE e a alternativa às discussões sobre literatura

Neste ano a Feira Literária de Paraty, a famosa Flip, foi bastante criticada pela programação que apresentou – com um time pequeno de escritores brasileiros, poucas mulheres participantes e falta de representação de autores do País. Aqui no Espírito Santo existem poucas iniciativas de feiras literárias e bienais – uma delas tem realização nesta semana, a 7° Bienal Capixaba do Livro, que acontece no estacionamento do Shopping Vitória, com enfoque para o público infantil, sem grande trabalho que envolva o escritor capixaba no intuito de discutir literatura e produção. 
 
Nesse ritmo sem grandes mudanças na logística de muitos eventos literários pelo Brasil,  algumas alternativas surgem da vontade de incluir escritores menos assistidos; discurtir literatura; problematizar questões desse universo e dar espaço para que escritores possam conversar sobre suas produções. Aliás, esse tipo de espaço é muito carente para o escritor – no evento intitulado Circuito Ufes de Leituras, realizado na última quarta-feira (28), no campos de Goiabeiras, da Universidade Federal do Espirito Santo, escritores convidados, como Caê Guimarães, frisaram por diversas vezes que o escritor sente falta de espaços para ler sua própria obra e conversar sobre o modo de produção. O Circuito Ufes de Leituras revelou ainda uma leva de escritores iniciantes em prontidão para ler contos, crônicas e poemas na intenção apenas de serem escutados, além de escutar o outro.  
 
E seguindo o exemplo de eventos que buscam alternativas mais diretas de discussão literária, está também a FLIPOBRE – Feira Literária dos Pobres, criada na internet por dois escritores, o amazonense Diego Moraes e Roberto Menezes, da Paraíba. 
 
Segunda edição da FLIPOBRE preza por discussão sobre questões que emergem da literatura
 
 
Neste domingo (1), a partir das 14h, entra em um link ao vivo pelo youtube a segunda edição da FLIPOBRE, numa reunião de diversos escritores do país, inclusive com dois representantes do Estado, e cinco mesas de discussão com temas diversos e pertinentes sobre literatura, que seguem até a noite. 
 

A proposta não é ser um contraponto à Flip, já citada, (já que os nomes se assemelham) mas é ser uma sátira no sentido de incluir quem geralmente está fora dos principais eventos literários do país. “A pobreza, citada no nome,  pode ser interpretada de várias maneiras, desde o sentido literal até a marginalização geográfica de muitos autores. A filosofia da FLIPOBRE não é o confronto e, sim, uma via alternativa a tantas outras vias. A FLIPOBRE vem pra somar e não para bater de frente”, acrescenta Roberto Menezes, um dos criadores.
 
Será do computador de casa que cada escritor vai conversar sobre os temas propostos, votados e escolhidos para essa segunda edição, que são: Revistas e sites literários; A imagem do escritor vale mais que sua obra?; Adaptação Literária; Nada se cria, tudo se copia?; e Tradução Literária. Cada uma dessas mesas de discussão durará 1h15 e terá uma quantidade específica de escritores convidados. Serão mais de 25 escritores participantes das discussões transmitidas gratuitamente para todo o país. 
 
“A primeira edição da FLIPOBRE nos deu a oportunidade de conhecer muita gente nova. Uma regra que fizemos para a segunda edição foi que: quem participou da primeira não participa da segunda. Isso pra dar oportunidade a mais pessoas. Mas claro que quem participou da primeira edição está nos apoiando também”, explica Roberto, que contou ainda que não há projeto, até então, para transformar a FLIPOBRE em um evento físico, já que são muitas burocracias envolvidas e a participação do público no formato atual tem sido bem animadora. 
 
A internet não é só onde o evento é realizado, é onde a divulgação e o contato com os escritores, as relações, vão sendo feitas para Roberto e Diego. E sobre os escritores do Estado que participam da feira, são eles Saulo Ribeiro, dramaturgo e escritor de livros como Diana no Natal (2010) e Ponto morto (2010), além de ser editor da Cousa; e Ingrid Carrafa, escritora jovem e autora do livro Entre Rosas e Abismos (2015).  “Saulo vai participar da mesa Tradução Literária; e Ingrid da mesa A imagem do Autor vale mais que sua obra?. Eles são escritores bem atuantes no cenário nacional e o nome deles surgiu naturalmente a partir da primeira edição”, detalha Roberto. 
 
A Feira ainda homenageia a escritora Maria Valéria Rezende, estreante na literatura em 2001, com o livro Vasto Mundo. Maria Valéria já ganhou o Prêmio Jabuti de 2009 na categoria literatura infantil, com o livro No risco do caracol; e em 2013, categoria juvenil, com a obra  Ouro dentro da cabeça.
 
 
Cada mesa de discussão terá certo intervalo de tempo e, todas as atividades se encerram às 21h45, com acesso gratuito ao público. 
 
Serviço
A segunda edição da FLIPOBRE será realizada no domingo (1), a partir das 14h, ao vivo do youtube. A transmissão é gratuita.

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