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Fórum quer inclusão da fotografia nas políticas culturais do Estado

Mobilização divulga Carta da Vitória, que cobra editais específicos e participação em conselhos consultivos e deliberativos

Fotógrafos do Espírito Santo reivindicam que a fotografia seja contemplada como um setor exclusivo no conjunto das políticas públicas de fomento à cultura, incluindo editais públicos e participação em conselhos consultivos e deliberativos. A reivindicação, bem como seus motivos, foi divulgada na Carta de Vitória, aberta para a assinatura de signatários.

A Carta é a primeira atividade do Fórum Capixaba de Fotografia, constituído na última quinta-feira (29), como “uma organização representativa, coletiva, permanente, horizontalizada e não hierárquica”. A reunião que efetivou a mobilização contou com a presença de 36 representantes do setor.

Gabriel Lordello

Os fotógrafos defendem que os eixos principais para a participação nas políticas de fomento na área devem ser formação, produção, preservação, memória e difusão. Esses eixos seriam contemplados com formação de produtores culturais para cada um deles com foco na elaboração de projetos. Outra reivindicação é a formalização do setor, com a constituição de pessoa jurídica.

Diante da proximidade de implementação da Lei Paulo Gustavo por meio da Secretaria Estadual de Cultura (Secult) e das pastas municipais do setor, o Fórum sugere a criação de três linhas específicas para Fotografia: Formação; Produção Fotográfica e Difusão; e Preservação e Memória, totalizando um investimento de R$ 1,7 milhão.

A linha de Formação seria voltada para ações de formação para fotógrafos profissionais e amadores, como cursos, seminários, encontros e mostras, nos formatos presencial e online, contemplando três projetos de R$ 40 mil cada. O total, portanto, é de R$ 120 mil.

A Produção Fotográfica e Difusão abrange desenvolvimento de projeto, contemplando as áreas de pesquisa, produção, curadoria e acervo, com três prêmios de R$ 40 mil cada. Nessa mesma linha, também é sugerida a inserção de projetos de publicação de três fotolivros, de R$ 160 mil cada, e de oito prêmios de fotozine, de R$ 20 mil cada, bem como realização de exposição fotográfica, com atividades de arte-educação e catálogo. Nesse caso, seriam dois prêmios de R$ 160 mil para ocupação de equipamentos públicos e outros dois de R$ 80 mil. A linha de Produção Fotográfica e Difusão, então, seria contemplada com R$ 1,24 milhão.

A terceira e última linha, Preservação e Memória, contaria com os eixos de inventário e conservação de acervo fotográfico, além de digitalização, tratamento e reprodução de acervo analógico fotográfico. No primeiro, seria um prêmio de R$ 100 mil. No segundo, três de R$ 80 mil. O total, portanto, é de R$ 340 mil.

O Fórum leva em consideração, em sua reivindicação, que “a fotografia é uma expressão cultural historicamente arraigada no Espírito Santo, desde os anos 40 até os dias atuais, nas mais variadas vertentes, como fotografia documental, fotojornalismo, foto publicitária, fotografia de natureza, fotografia de arquitetura, fotografia figurativa, bem como a fotografia integrada às outras artes”.

Os fotógrafos defendem que a fotografia capixaba precisa resgatar seu prestígio com o público local e nacional. Também destacam que a Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), Universidade Vila Velha (UVV), Faesa, Centro Estadual de Educação Técnica Vasco Coutinho (CEETVC), Estácio de Sá, Novo Milênio e Multivix “reúnem cursos que oferecem formação regular em fotografia, sendo que a UVV destaca-se com um curso tecnológico de formação exclusiva”.

O texto prossegue dizendo que “a produção fotográfica gera diversos produtos culturais e didáticos, como exposições, publicações impressas e digitais, projeções públicas, acervos de museus e galerias, material de pesquisa, documentação, inventários de patrimônio histórico material e imaterial; além de alimentar redes sociais, o mercado jornalístico, das artes, da moda entre outros, gerando uma cauda longa de envolvidos nesta cadeia produtiva”.

Consta ainda na Carta de Vitória que “a fotografia cumpre um papel social e cultural na formação crítica do olhar do público, documentando momentos históricos, denunciando questões sociais e políticas, celebrando a diversidade e promovendo a inclusão social” e que “a fotografia não está contemplada de forma estruturante e setorial nas políticas públicas no âmbito da cultura no Estado do Espírito Santo”.

A Carta de Vitória será encaminhada para a Secult. Em apenas um dia, registrou 116 adesões. Os encontros do Fórum de Fotografia acontecerão mensalmente. A data de cada uma delas será definida em uma reunião que será realizada nesta quinta-feira (6).

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