sexta-feira, novembro 15, 2024
25.9 C
Vitória
sexta-feira, novembro 15, 2024
sexta-feira, novembro 15, 2024

Leia Também:

Indígenas na telona

Inaugurado no final do ano passado, o Cineclube Aldeia, que funciona como projeto de pesquisa e extensão na Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), se prepara para o retorno às atividades em 2018. As próximas sessões trarão obras do cineasta Vincent Carelli, retratando a luta em diferentes lugares do Brasil, com entrada gratuita e debate com especialistas e lideranças indígenas.

Nessa quinta-feira (12) foi exibido no Cine Metrópolis, localizado na Ufes, o filme Corumbiara, em que se buscam sobreviventes de um massacre ocorrido em Rondônia nos anos 80, contado agora pela versão dos índios. Seguido de um debate com professora do departamento de Ciências Sociais da Ufes e pós-doutora em Antropologia, Nicole Soares, e os demais integrantes do cineclube. 

Na outra semana, no dia 19 de abril, Dia do Índio, o destaque será o premiado documentário Martírio, que traz a realidade do povo Guarani Kaiowá e sua luta pelo território, ameaçado pela ação do agronegócio, um genocídio que há tempos atrás causou comoção em todo país. Para o debate posterior estarão como convidados o antropólogo e professor Spency Pimentel, da Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB), e o cineasta guarani Werá Djekupé. Em parceria com a Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP), o filme participará do Cinemas em Rede, conectado com sete cidades brasileiras.

“Esses filmes mostram a luta pela terra. Estamos num momento em que os indígenas estão cada vez mais sendo atacados, exterminados. Há uma paralisação nos processos de demarcação de terra, processos de reintegração de posse em ocupações indígena, uma investida do Congresso Nacional e também do senso comum contra os direitos territoriais indígenas”, ressalta Nicole Soares, professora da Ufes e uma das criadoras do cineclube.

O Cineclube Aldeia surge como projeto de extensão da Ufes, agregando alunos, professores e também a comunidade externa. Integram a coordenação as professores Nicole Soares e Celeste Ciccarone (Ciências Sociais/Ufes), o professor Fábio Camarneiro (Comunicação Social/Ufes) e o doutor em antropologia João Vianna. Também participam o professor Messias Basques (Ciências Sociais/Ufes) e os estudantes Arnon Manhaes Ceolin, Evelyn Cristina Santana Pereira, Larissa Moreira Portugal, Leonarda Paola de La Ossa Arias, Luciana de Paula Freitas,Mariana Vilhena de Faria,Marlos Marques Brocco, Matheus Giacomin Sian, Mirna Tetzner Ramos, Paulo Henrique Menezes Rocha, Rafael Santos de Medeiros, Samira Ribeiro Neto, Tamyres Batista Costa, Thairiny Alv es, Washington Galvão.

“Constatamos o pouco conhecimento que há mesmo dentro da universidade sobre a temática indígena contemporânea, avaliamos que um cineclube seria um ótimo meio para promover esses debates. A cinematografia indígena e indigenista ganha cada vez mais espaço nos festivais nacionais e internacionais, contando com obras de alta qualidade. Servem como um meio para fazer debates que queremos e trazer linguagem e conteúdos interessantes”, explica Nicole.

A sessão inaugural em 14 de dezembro, foi um sucesso, com casa cheia no Cine Metrópolis, e tendo como convidado Alberto Álvares, cineasta guarani que produziu o filme exibido, Guardiões da Memória, e pôde conversar com o público e outras lideranças tupinikim do Espírito Santo e André Djeoromitxi, de Rondônia.

O Cineclube Aldeia é fruto de uma ampla parceria que inclui os departamentos de Comunicação Social e Ciências Sociais, o Programa de Licenciatura Indígena (Prolind), o projeto Saberes Indígenas e o Cine Metrópolis e apoio de outros grupos como o núcleo Organon.

SERVIÇO

Exibição do documentário Corumbiara

Quando: Quinta-feira, 12 de abril, 18h

Onde: Cine Metrópolis, Campus da Ufes em Goiabeiras

Debatedora: Nicole Soares (Ufes)

Entrada franca

Exibição do documentário Martírio

Quando: Quinta-feira, 19 de abril, 18h

Onde: Cine Metrópolis, Campus da Ufes em Goiabeiras

Debatedores: Spency Pimentel (UFSB) e Werá Djekupé

Entrada franca.

Mais Lidas