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Juventude do Morro do Quadro critica fechamento do Núcleo Afro Odomodê

Contrato de organização responsável pela gestão acabou e prefeitura de Vitória ainda não informou previsão de retorno

Moradores do Morro do Quadro, em Vitória, manifestam tristeza e indignação com o encerramento das atividades do Núcleo Afro Odomodê, equipamento instalado na comunidade. Jovens que preferiram não se identificar relatam terem sido pegos de surpresa com o fim das ações, nessa quarta-feira (5), informado por funcionários do núcleo. Não há previsão de retomada das atividades.

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Os jovens afirmam ter somente o Odomodê como espaço de referência. “A gente aprendia sobre políticas públicas de juventude, enfrentamento ao racismo, participava de diálogos formativos e oficinas, como a de barbearia. A comunidade está sofrendo. Como que acabam com um equipamento para a juventude de uma comunidade periférica? É um espaço que despertou o protagonismo dos jovens na batalha, na escuta, no canto, em atividades de empreendedorismo na parte artística e em outras áreas”, desabafam.

O presidente do Conselho Municipal de Juventude, Luiz Felipe Costa, que representa o eixo Educação no colegiado, aponta que o contrato com a Organização da Sociedade Civil (OSC) que faz a gestão do Odomodê se encerrou e já há outra para assumir, mas ainda não foram contratados os funcionários que irão atuar no equipamento. Diz ainda que, em virtude da falta de diálogo por parte da gestão do prefeito Lorenzo Pazolini (Republicanos), não há informações sobre quando as contratações serão feitas e as atividades retomadas.

O Conselho já solicitou uma reunião com representantes da Secretaria Municipal de Cidadania, Direitos Humanos e Trabalho (Semcid) e aguarda resposta. Luiz Felipe ressalta que a gestão municipal não tem, de fato, políticas voltadas para a juventude, e o orçamento destinado para esse segmento é “ínfimo”.

Ele recorda que o Odomodê foi criado na gestão do então prefeito João Coser (PT), sendo o primeiro equipamento voltado especificamente para a juventude negra. Rememora também que vinha “respirando por aparelhos” desde a gestão de Luciano Rezende (Cidadania), passando a ter foco maior na questão do empreendedorismo.

Outros equipamentos voltados para a juventude também fecharam na Capital. Um deles é a Casa da Juventude, que funcionava na região da Grande São Pedro e fechou em fevereiro deste ano, após a Prefeitura de Vitória não renovar o termo de colaboração com o Instituto de Desenvolvimento Social Bem Brasil, responsável pelas atividades da Casa.


Em julho deste ano, no Dia Municipal da Juventude, a gestão municipal anunciou que as obras do equipamento, que passará a funcionar no Centro de Educação e Artes Unificado (CEU), também em São Pedro, finalizariam em dezembro. Entretanto, diante do atraso, Luiz Felipe acredita que elas não serão finalizadas a tempo.

O integrante do Conselho recorda ainda que, na gestão de João Coser, foi criado o Centro de Referência da Juventude (CRJ) na Ilha de Santa Maria, mas a estrutura foi fechada no mandato de Luciano Rezende, passando a se resumir a ações como palestras, oficinas e rodas de conversa itinerantes pelos bairros da Capital. Na atual gestão, as atividades itinerantes cessaram. Também em julho, a prefeitura anunciou o retorno dessas ações até que a obra do CRJ fique pronta em julho de 2023. Porém, segundo Luiz Felipe, as atividades não voltaram.

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