Pianista, maestro, compositor e arranjador, Hélio Mendes marcou época na música do Espírito Santo e também brasileira, principalmente entre os anos 50 e 70, animando bailes e gravando discos numa época em que a indústria fonográfica era acessível para poucos. A biografia do artista está reunida no livro O piano e seu conjunto: vida e obra de Hélio Mendes, lançado em Vitória.
O livro foi produzido pela jornalista e mestre em Psicologia Cínthia Ferreira. Ela é neta de Hélio, falecido em 1991, e começou sua pesquisa em 2005, logo após graduar-se, entrevistando várias pessoas que conviveram com o músico, como artistas, jornalistas, pesquisadores e fãs, além de reunir grande número de arquivos de reportagens publicadas em jornais e revistas locais e nacionais e fotos do acervo familiar. A produção de Cínthia é mais jornalística do que pessoal, mostrando a figura do artista e também sua história de vida.
Entre os entrevistados ao longo dos anos estão jornalistas como Cariê Lindenberg, Cacau Monjardim e Hélio Dórea e grandes personalidades já falecidas como o violonista Maurício de Oliveira e o jornalista Marien Calixte. A publicação foi feita com apoio do Fundo Estadual de Cultura (Funcultura) da Secretaria de Estado da Cultura (Secult).
Um dos momentos marcantes da carreira de Hélio Mendes foi em 1963, quando venceu o Prêmio Estácio de Sá, de alcance nacional, à frente do grupo Hélio Mendes e seu conjunto, o que ajudou a abrir portas para gravar seu primeiro disco no ano seguinte. Ao longo de sua carreira gravou sete LPs. “Além de ter sido um pianista autodidata com muito talento, ele tinha um diferencial que era o improviso forte, habilidade que poucos pianistas tinham de tocar com a mão esquerda, dando um swing na batida”, resume Cínthia sobre o estilo musical do avô, com quem ela conviveu até os 10 anos de idade e lembra vê-lo tocar quando criança.