O grupo é formado por mulheres que dançam e contam histórias. Os encontros são abertos e gratuitos e têm como público-alvo mulheres com mais de 40 anos que desejam compartilhar suas vivências, além de dançar.
“É para essas mulheres que o encontro é pensado, desde as conversas até as danças. Os encontros recebem, no entanto, mulheres de qualquer idade e também homens. Importa dizer que todas as pessoas podem participar, mas todo o encontro é voltado para as mulheres com mais idade”, explica Ariane.
Os encontros começam com um círculo, em que são convidadas, simbolicamente em pensamento ou palavras, mulheres que tiveram ou têm grande expressão na vida de cada uma. Na sequência, acontece a contação de histórias, a primeira função de uma Griô. Finalizando o encontro, ainda em círculo, espaço onde todos os participantes se veem no mesmo plano e ângulo, é realizada a tradição civilizatória africana da circularidade.
Além do encontro no Mucane, a proposta é levar as rodas de conversa para outros lugares. “As Griôs se conduzirão por alguns bairros da Grande Vitória, onde haja mulheres interessadas em encontrar-se com outras que levarão o que têm de melhor em si para compartilhar. A ideia é que cada uma das Griôs da Dança abra espaço em sua comunidade para que aconteça o encontro”, disse Ariane.
Ariane Meireles
Ariane Meireles é capixaba e profissional da dança afrobrasileira desde a década de 1980. Participou de importantes grupos do gênero, como Axé de Obá, Abi Dudu e NegraÔ. Sua atuação sempre conjugou a dança com o ativismo social para negros e negras. Mestra em Política Social pela Ufes e doutoranda em Ciências da Educação na Universidade do Porto, em Portugal, continua na ativa com o grupo Griôs da Dança. Em 2016, foi condecorada com a Comenda Maurício de Oliveira.
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