O Museu de História Natural do Sul do Espírito Santo (Muses-Ufes), localizado em Jerônimo Monteiro, realiza uma campanha online de financiamento coletivo por meio da plataforma Catarse. A iniciativa tem como objetivo se aproximar do público neste momento de isolamento social, investindo o valor arrecadado na digitalização de parte do acervo e na construção de uma linha do tempo online e interativa, que contará histórias por meio das peças do Muses.
Para o diretor do museu, Rodrigo Giesta Figueiredo, além de ajudar a preservação do Muses, a campanha é uma oportunidade para os capixabas conhecerem o acervo. “Temos no sul do Espírito Santo um museu que une atividades culturais, científicas e de lazer, que estimula o aprendizado entre as diversas áreas do saber, e que ainda não é de conhecimento de grande parte dos capixabas. Queremos mudar isso!”, afirma.
Os valores para doação vão de R$ 10 a R$ 500. Se a campanha alcançar sua meta de 30 mil até o prazo final, este mês de setembro, os apoiadores da campanha receberão os brindes vinculados à cota com a qual contribuíram. Há bottons, camisas, canecas, entre outros produtos personalizados dentro da temática do Muses.
O Muses, órgão complementar do Centro de Ciências Exatas, Naturais e da Saúde, em Alegre, sul do Estado, é o único de história natural do Espírito Santo, embora haja outros que estão dentro do escopo da história natural, como o Mello Leitão, em Santa Teresa, ou o Museu de Ciências da Vida, em Vitória. Mas esses dois, ao contrário do Muses, não contemplariam muitas áreas. No acervo do Muses há peças relacionadas às áreas da geologia, parasitologia, zoologia, botânica e paleontologia. A instituição conta com objetos como rochas do Espírito Santo, animais e plantas da mata atlântica, fósseis de diversas partes do mundo e meteoritos do espaço sideral.
Pandemia
Segundo um estudo realizado e divulgado em maio deste ano pelo Conselho Internacional de Museus (Icom) e pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), cerca de 90% de todos os museus do mundo fecharam por algum tempo durante a pandemia e cerca de 13% deles podem nunca mais reabrir. Os museus ao redor do mundo e os espaços voltados para o lazer e a cultura foram os primeiros impactados com o surgimento do Covid-19 e talvez sejam um dos últimos setores a abrirem pós-pandemia.
Iniciativas e estratégias online têm cada vez mais sido adotadas por museus ao redor do mundo, como visitas em 3D, exposições onlines e linhas do tempo digitais. A pandemia tem acelerado a incorporação dessas tecnologias digitais.