Primeira edição será em formato híbrido e exibirá 32 filmes de curta-metragem nos dias 26 e 27 de março
A encantadora vila de Santa Cruz, na foz Rio Piraquê-Açu, em Aracruz, norte do Estado, será a sede do mais novo festival de cinema do Espírito Santo. É de lá que será transmitido, nos dias 26 e 27 de março, o 1º Festival de Cinema Velas do Piraquê-Açu, em formato híbrido, com filmes exibidos no canal da Satírica Filmes no YouTube. Obras experimentais, filmes sobre povos indígenas e direitos humanos fazem parte da programação, que também terá palestras, sarau e outras atividades.
“A ideia primordial de quando se faz um festival não é só exibir um filme, mas estabelecer um diálogo com a comunidade. O Rio Piraquê-Açu é magistral e estamos numa época em que temos que valorizar e cuidar das águas”, diz Luiza Lubiana, coordenadora do evento. O rio, conta, nasce na em Santa Teresa, na região serrana, onde a produtora também realiza o Festival de Cinema de Santa Teresa (Fecsta). “O rio não é só um curso de água. É tudo que fenece se ele deixar de existir”.
O rio será pano de fundo da apresentação do novo festival e, nos próximos anos, passada a pandemia do coronavírus, a proposta é que aconteça em suas margens, exibindo os filmes nas velas de um barco ancorado. Por enquanto, o público poderá assistir de suas casas, com quatro mostras especiais este ano.
Na Mostra Piraquê-Açu, serão apresentados filmes que homenageiam povos originários, realizadores indígenas e temas ambientais. A Mostra Pororoca vai abordar feminicídio, homofobia e injustiças sociais, e a Mostra Guerrilha vai apresentar um panorama de filmes independentes. Além delas, acontece a Mostra A Escola Vai ao Cinema, que também será divulgada pelas plataformas da Secretaria Municipal de Educação de Aracruz, com foco em atingir os alunos da rede pública municipal.
Confira as obras selecionadas para as mostras:
A programação terá ainda palestras com os temas “Ódio à Arte: a Cultura de Esquerda e seus percalços”, com a historiadora Cíntia Braga; “APA Costa Das Algas , Manguezal e Rio Piraquê-Açu”, com Alessandro Chakal; e “Santa Cruz, de aldeia jesuítica a vila indígena: a trajetória de um lugar”, com o professor da Universidade Federal do Estado (Ufes) Luiz Cláudio Ribeiro. Ainda haverá uma live com o cacique Werá Djekupé, da aldeia Kaagwy Porã (Nova Esperança), sobre o reflorestamento de 100 hectares da aldeia, que recebe apoio do festival e da Associação dos Amigos do Piraquê-Açu (Amip).
O sarau de poesia acontece na noite do primeiro dia, tendo como convidados moradores de Santa Cruz e outros poetas. Na manhã seguinte, será realizado o encontro de veleiros, que farão uma saudação no Porto de Santa Cruz, primeiro ponto de abastecimento dos velejadores quando vão para o norte do Estado. O encerramento do segundo dia e do festival será com cerimônia de premiação, contando com um show de Simone Mazzer e banda.