A exposição Moderna para Sempre – Fotografia Modernista Brasileira desembarca no Palácio Anchieta, Centro de Vitória, na próxima terça-feira (11), a partir das 18h30. Com curadoria do fotógrafo e pesquisador Iatã Cannabrava, o trabalho apresenta 118 imagens de artistas renomados da fotografia como Thomaz Farkas, José Oiticica Filho, German Lorca, Geraldo de Barros, Marcel Giró, Ademar Manarini, Mario Fiori e Eduardo Salvatore, entre outros, com foco na importância do movimento modernista para a cultura e identidade brasileiras. A mostra permanece em cartaz até o dia 25 de junho, com entrada franca.
Moderna para Sempre abre às 17h30 com palestra do curador no Palácio da Cultura Sônia Cabral, também no Centro. Às 19h30, já no Palácio Anchieta, Cannabrava faz uma visita guiada com o público. De acordo com ele, diversas obras apresentadas na exposição são inéditas para o grande público, uma vez que ficavam restritas ao circuito fotoclubista. De caráter itinerante, a exposição percorreu 11 cidades no Brasil: Fortaleza, Porto Alegre, Belo Horizonte, Belém, Ribeirão Preto, São Paulo, Santos, Recife, Brasília, Curitiba e Rio de Janeiro, sempre com diferentes recortes. E outras três na América Latina: Assunção, no Paraguai, Cidade do México, no México, e Lima, no Peru.
A exposição
A mostra exibe trabalhos considerados raros e que formam a coleção de fotografia modernista do acervo do Itaú Cultural. Entre os destaques, podem ser citadas obras como Formas (1950), de Eduardo Salvatore, que teve importante papel no cenário fotoclubista como um dos fundadores do Foto Cine Clube Bandeirante, em 1939, em São Paulo; a vintage, de data indefinida, Sem Título, do catalão que viveu exilado no Brasil Marcel Giró; além de Botellas (1950), Esboço (1960), Autorretrato com sombra (1953); e Elos (1950), de Mario Fiori.
Obras dos fotógrafos José Oiticica Filho e Osmar Peçanha também integram a mostra. Do primeiro, há seis fotografias feitas entre 1949 e 1958, todas com a sua marca de forte contraste de claros e escuros e a relação entre pessoas, espaços vazios e a geometria, como em Triângulos Semelhantes, de 1949. Do segundo, há quatro obras.
De Gertrudes Altschul, uma das raras representantes do gênero feminino no fotoclubismo a partir da década de 1940, estão expostas A Folha Morta (1953), Composição (s.d) e Composição II (s.d). Juntam-se a essas obras as fotografias de Rubens Teixeira Scavone, como a contemporânea Abstração #5, de 1950.
O Fotoclubismo
O fotoclubismo brasileiro teve início em São Paulo, no Foto Cine Clube Bandeirante, em 1939, e se alargou para outros fotoclubes da cidade paulistana. Em geral, era composto por fotógrafos amadores que, livres das obrigações de um trabalho comercial, puderam experimentar e quebrar regras. Nesses núcleos aterrissaram artistas como Geraldo de Barros, José Yalenti e German Lorca. “Nas imagens, encontramos as buscas por formas e volumes, abstracionismos e surrealismo, em uma evidente influência das antigas vanguardas europeias”, conta o curador.
Serviço
A exposição Moderna Para Sempre – Fotografia Modernista Brasileira tem abertura na próxima terça-feira (11), com palestra do curador, às 17h30, no Palácio da Cultura Sônia Cabral – Praça João Clímaco, s/n, Centro de Vitória. Às 19h30 é a vez de uma visita guiada pela mostra, no Palácio Anchieta – rua Pedro Palácios, 45, Centro de Vitória. A entrada é livre.