Antigamente, a tuberculose era conhecida como a ‘doenças dos poetas’, visto que muitos escritores morriam da enfermidade. Só no Brasil grandes escritores como Castro Alves, Cruz e Sousa e Álvares de Azevedo foram vítimas da doença, bem antes de completarem seus 40 anos. O motivo dessas mortes decorrentes da tuberculose era pela vida boêmia que levavam, com alimentação comprometida e excesso de álcool e cigarros – além, claro, de a doença não ter tratamento naquela época – entre final do século 19 e início do 20.
A temática Tuberculose e Literatura é algo que ainda instiga pesquisas sobre o assunto no intuito de entender como um tema pode se ligar tanto ao outro. Aqui no Estado, o escritor Tulo Hostílio Montenegro (1916-1996), foi um dos pioneiros a abordar o tema. Em 1949, Tulo lançou o livro Tuberculose e literatura: notas de pesquisa. A abordagem do autor percorria a temática da tuberculose presente nos próprios textos literários, seja em prosa ou poesia.
Tulo Hostílio entrou no campo da análise literária e fez um significativo levantamento de textos referentes à doença. O livro analisava tanto autores que possuíam a doença – no capítulo A tuberculose na primeira pessoa do singular – como personagens já colocados nas narrativas com a doença – no capítulo A tuberculose transferida.
Atualmente a discussão continua a motivar pesquisas e discussões e, aproveitando o centenário de nascimento de Tulo Hostílio, a Biblioteca Pública do Espírito Santo (BPES) aquece nesta semana o tema com a palestra Tuberculose e Literatura – Centenário do capixaba Tulo Hostilio Montenegro. Os palestrantes do evento são: Reinaldo Santos Neves, escritor que vai abordar a vida de Tulo Hostílio; e Jorge Elias Neto, que vai destrinchar o tema Tuberculose – A musa branca – uma abordagem histórica da tuberculose na literatura brasileira. O coordenador da palestra é Luis Guilherme Santos Neves.
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Serviço
A palestra Tuberculose e Literatura – Centenário do capixaba Tulo Hostilio Montenegro tem realização na próxima quinta-feira (20), das 19h às 21h, na BPES – avenida João Batista Parra, 165, Enseada do Suá, Vitória. A entrada é livre.