Promotor alegou problemas em relação à poluição ambiental e sonora e segurança. Ato nesta sexta protesta contra a medida
O promotor de Justiça Marcelo Lemos Vieira, da Promotoria de Meio Ambiente do Ministério Público do Espírito Santo (MPES), notificou, em caráter recomendatório e premonitório, da Notificação 01/2023, que a gestão do prefeito Lorenzo Pazolini (Republicanos) impeça a realização do Carnaval de rua no Centro de Vitória. Diante disso, a prefeitura já suspendeu as licenças do Esquerda Festiva e Prakabá. Os blocos realizam atos de protesto nesta sexta-feira (24), às 11 horas, na Rua Sete de Setembro.
O Esquerda Festiva sairia no próximo sábado (25), na Escadaria da Piedade, às 14h. O Prakabá no domingo (26), na rua Maria Saraiva, às 14h. Pazolini foi criticado durante todo o Carnaval de rua do bairro, pelas ações investidas contra a festa popular.
A Associação de Moradores do Centro de Vitória (Amacentro) também considera a proibição “descabida e autoritária”. Sobre a questão da segurança, afirma que “as ‘badernas’ aconteceram após a meia-noite, quando não havia mais blocos, nem bares abertos”, e a Polícia Militar e a Guarda Municipal “foram embora e deixaram o Centro à própria sorte”. Critica ainda que não houve controle dos carros de som ilegais durante a madrugada. “Somente na terça-feira, após o segundo tiroteio (o primeiro foi no sábado), a PM apareceu para dispersar os grupos que faziam ‘baderna’ no entorno dos carros de som”, acrescenta.
A entidade ressalta ainda que “não havia sinalização nos banheiros, a guarda e a PM ficou concentrada apenas no controle do trânsito, não houve controle para evitar o descarte incorreto de lixo e não houve controle para coibir os que fizeram suas necessidades fisiológicas nas portas das casas, escolas, equipamentos públicos e prédios residenciais”.
E prossegue: “É importante salientar que os mesmos que reclamam do lixo do Carnaval na baía, se calam para as toneladas de resíduos e esgoto industrial e doméstico que são despejados na baia de Vitória todos os dias pelo canal Bigossi, Rio Marinho e Rio Santa Maria. Os que falam em poluição sonora não estão preocupados com os veículos pesados que passam em alta velocidade na avenida Jerônimo Monteiro, gerando ruídos insuportáveis, trepidação nos prédios históricos e tornando impossível habitação e comércio nesta avenida. O que a deixa cada dia mais decadente! Os paladinos da hipocrisia também se esquecem das caixas de som nas portas das lojas que poluem a atmosfera com músicas altíssimas todos os dias de segunda a sábado”.
A Amacentro protesta: “Quem nos dera que os moralistas e inimigos das manifestações culturais lutassem contra esses absurdos com a mesma energia que lutam contra o Carnaval!”.
Notificação
Na recomendação, também consta outros argumentos, como artigos da Lei Municipal nº 4.438/97, entre eles, o 79, que “estabelece ser vedado o lançamento ou a liberação nas águas, no ar ou no solo, de toda e qualquer forma de matéria ou energia, que cause comprovada poluição ou degradação ambiental, ou acima dos padrões estabelecidos pela legislação”.