Centro de resistência cultural Eliziário Rangel comemora expansão e novos projetos
Prestes a completar oito anos de atuação como importante centro cultural da região metropolitana, o Eliziário Rangel, localizado em São Diogo, na Serra, celebra importantes expansões. Entre as novidades, destaca-se a inauguração da primeira sala de cinema não comercial do município, prevista para 23 de março de 2025. Viabilizado com o apoio do edital de manutenção e funcionamento de espaços culturais da Secretaria da Cultura (Secult), com recursos da Lei Paulo Gustavo, o espaço será a única nova sala de projeção contemplada pelo edital, que também beneficiará um centro cultural no Caparaó e quatro cinemas em shoppings do interior e em Vila Velha.
Reconhecido como um lugar de resistência e fortalecimento da cultura local, o Eliziário recebeu recentemente o título de Pontão de Cultura por meio de edital da Secretaria Municipal de Cultura de Serra (Setur/PMS), pela articulação desenvolvida no município mais populoso do Estado. O principal diferencial do espaço, segundo seu fundador, Antônio Vitor, está na sua atuação em rede com coletivos e instituições voltadas à promoção de políticas públicas.
“O salto de qualidade para o Eliziário veio de um exercício de atuar em rede no sentido de pensar a política pública cultural, como transversal às demais. Não acho que salvamos a cultura da Serra, nem queremos substituir o trabalho da máquina pública. Somos um ponto de convergência, onde o movimento artístico pode se encontrar. Nós acolhemos uma demanda metropolitana onde outros equipamentos públicos não têm funcionamento regular, então a chegada do Eliziário engrandece e complexifica a cidade, fortalecendo o que já existe e criando outros movimentos”, ressalta.
Além de desenvolver atividades culturais e artísticas dentro do espaço, a equipe que gerencia o Eliziário também participa do Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente (Criad), do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente de Serra (Concase) e do Conselho Municipal de Defesa e Direitos da Pessoa Idosa da Serra (Comids) para o desenvolvimento de atividades que garantam o acesso à cultura como direito fundamental.
Um dos destaques das atividades desenvolvidas é o Projeto Escolas no Teatro Eliziário Rangel (Peter), que oferece apresentações teatrais gratuitas de artistas que realizam residência artística no Eliziário. No último ano, o projeto, financiado pelo Fundo da Infância e Adolescência (FIA), realizou mais de cem apresentações teatrais para um público de 7,4 mil pessoas, incluindo crianças em situação de vulnerabilidade social que fazem parte de escolas e da rede de proteção aos direitos da infância e adolescência, além da Rede de Socioeducação (Iases). O projeto convidado pela atriz Cláudia Abreu, famosa por seus papéis em telenovelas, para participar de um documentário dirigido por ela, que aborda o fazer artístico dos profissionais do teatro em diferentes cidades do Brasil.
“Fomos a primeira experiência teatral de muitas crianças. De quase 700 crianças, foi a primeira vez que elas foram ao teatro. E a maioria dos professores e educadores também foi ao teatro pela primeira vez, o que para nós foi um dado surpreendente”, relatou Antônio Vitor. O projeto terá uma nova edição no próximo ano, com financiamento garantido por emenda federal que permitirá a contratação de quatro novos artistas para atuar no programa de residência por um período de 18 meses.
O Eliziário Rangel receberá uma expansão em 2025, por meio da aquisição de um lote ao lado com recursos da Lei Rouanet para construção de um novo espaço multiuso, instalação de um elevador e outras melhorias com objetivo de permitir a realização de eventos de grande porte. Atualmente, o centro cultural abriga doze espaços, como teatro, biblioteca, galerias, café e outras instalações.
No próximo dia 23, o Eliziário celebrará seu aniversário de oito anos, em mais uma edição do ‘Viradão Cultural’, com 24 horas de programação cultural diversificada, incluindo apresentações artísticas, oficinas e intervenções culturais. “Vai ser mais uma realização sem apoio, apenas com recursos próprios, o que mostra que ainda temos muito a avançar. Mas será uma edição feliz, porque temos ótimas perspectivas para o ano que vem”, destacou Antônio Vitor.
