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Projeto Leitura para Todos vai criar 16 salas de leitura nas escolas de Vitória

A leitura pode ter o poder transformador a vida das pessoas, mas é preciso criar oportunidades para que o acesso aos livros seja fácil e prazeroso. Com o ideal de democratizar o conhecimento, nasceu o projeto Leitura para todos, criado pelo Instituto Oldemburg de Desenvolvimento. A principal missão do projeto é implantar salas de leitura em comunidades e promover parcerias entre o poder público, instituições privadas e a as pessoas em volta.
 
O projeto chegou ao Espírito Santo há 10 anos e está presente em mais de 40 municípios com mais 100 salas implantadas em escolas públicas. Agora, o projeto Sala de Leitura inicia uma nova fase na Capital com a criação de 16 bibliotecas em diversas escolas municipais de Vitória. A realização envolve a Secretária de Educação de Vitória e a Chocolates Garoto, além da assessoria do Instituto Oldemburg.
 
“Acreditamos que oferecer apoio a iniciativas como essas faz parte da responsabilidade da Garoto enquanto empresa privada. Para que o projeto desse certo precisamos envolver todos, desde a comunidade, o poder público e as grandes empresas”, diz Simone Garcia, gerente de Comunicação e Responsabilidade Social da Fábrica de Chocolates. Ela também conta que o projeto é quase uma gestação porque foram nove meses de processo que envolveu diversas fases. Começou com o mapeamento das escolas, pesquisa de viabilidade de implantação das salas e diversas reuniões com professores, pedagogos e bibliotecários das escolas.
 
A próxima fase do projeto Sala de Leitura é a escolha dos Agentes, serão selecionados alguns membros da comunidade ao redor para serem os intermediários da biblioteca com o público que está fora das escolas. “Vamos sensibilizar algumas pessoas sobre a importância do projeto para aumentarmos o alcance das salas. Esses agentes vão ficar responsáveis por receber os livros e ajudar a catalogá-los, dessa forma, eles vão compreender que fazem parte do projeto. É importante que as salas não fiquem apenas restritas aos alunos”, explica Simone. 
 
A última etapa do projeto será a de inauguração das Salas, ainda sem data definida, mas com previsão de se iniciar em setembro.
 
 
Para Simone, é importante criar uma cultura de leitura e fazer com que as salas de leituras sejam espaços acolhedores. Em cada sala de leitura haverá um acervo de mil livros para consulta e empréstimo. São 500 títulos de autores nacionais e estrangeiros abrangendo diversas áreas de interesse, entre as quais literatura brasileira, estrangeira e infantil, desenvolvimento pessoal, história, filosofia, ciências sociais e ciências aplicadas à tecnologia. Cada título tem dois exemplares: um para empréstimo e outro para leitura na própria sala
 
As Salas de Leitura serão implantadas em 15 escolas da rede municipal de Ensino Fundamental e uma do Projeto Casa do Ler e Saber, em São Cristovão. Entre as escolas contempladas estão a Umef Adevalni Sysesmundo Ferreira de Azevedo, em Jardim Camburi, Alberto de Almeida, em Santo Antonio, Ceciliano Abel de Almeida, em Itararé, Edna de Mattos Siqueira Gaudio, em Jesus de Nazareth, Eliane Rodrigues dos Santos, na Ilha das Caieiras, Heloisa Abreu Júdice de Mattos, em Bela Vista, Izaura Marques da Silva, em Andorinhas, Juscelino Kubitschek de Oliveira, em Maria Ortiz, entre outras. 
 
Maria Paixão da Silva, diretora da escola Naydes Brandão, localizada na Glória, em Vila Velha, trabalha em uma unidade que recebeu a Sala de Leitura. “Nós já tínhamos uma pequena biblioteca da escola, mas com a Sala de Leitura recebemos livros mais diversificados e novos e agora temos projetos que envolvem também os pais da criança, que passaram a frequentar o espaço por causa dos filhos”, conta. A Umef Naydes Brandão recebeu o projeto em 2004, que recentemente teve o acervo renovado com 500 títulos novos. 
 
A diretora conta que quando a Sala foi inaugurada, a escola enviou convites a todos os moradores do entorno da escola para que todos soubessem da nova biblioteca e pudessem usufruir dos livros. Apesar disso, ela conta que a participação da comunidade ainda não é a ideal. “Estamos trabalhando para que o espaço seja mais divulgado, sentimos que é a nossa responsabilidade fazer algo atrativo para que mais pessoas possam aproveitar esse presente que recebemos que é o conhecimento”, completa a diretora. 
 
Mesmo com participação ainda tímida, as salas de leitura já estão fazendo a diferença na vida de algumas pessoas é o caso de Dona Nira, que encantada com o novo espaço decidiu voltar a estudar e  fez vestibular utilizando os livros da Sala da Escola Ofélia Escobar, em Vila Velha. Dona Nira sempre gostou de ler, mas com o trabalho e os filhos ela acabava ficando sem tempo e sem dinheiro para se dedicar aos livros, “quando conheci a sala de leitura eu ficava todo o meu tempo livre estudando e voltei a fazer cursinho. Todos os livros que eu precisava eu encontrava lá”, conta. 
 
Hoje Dona Nira está cursando Arquivologia na Ufes e trabalha na Secretaria da Escola que lhe deu a oportunidade de voltar a estudar. “Se não fosse pela Sala de Leitura eu não teria acesso ao material de estudo e não teria passado no vestibular. O ideal seria que tivesse mais projetos como esse para que todos tenham oportunidade”, afirma. 
 
Serviço
 
Para pegar emprestado algum livro que faz parte do acervo das Salas de Leitura, o morador da comunidade deve ir ao local com um comprovante de residência e RG, para que possa ser feita a ficha de cadastro. Após o primeiro empréstimo, para realizar outros ele precisará apenas do RG para comprovação da identidade.

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