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Projeto registra memórias dos anciãos da comunidade quilombola de Monte Alegre

Além da história da comunidade, localizada em Cachoeiro, anciãos relatam situações de abandono por parte do poder público

O que era para ser somente o registro de memórias dos anciãos da comunidade quilombola de Monte Alegre, em Cachoeiro de Itapemirim, sul do Estado, tornou-se também um espaço de denúncias a respeito do descaso do poder público. Tudo isso será registrado em um e-book produzido por meio do projeto Ponto de Memória, realizado pela Associação de Salvaguarda do Patrimônio Imaterial Cachoeirense. E o trabalho ainda vai além: a entidade quer envolver também a juventude e o poder público.

O presidente da associação, Genildo Coelho, relata que, em meio às entrevistas, ao narrar suas memórias, os anciãos contaram espontaneamente histórias de abandono. “As entrevistas acabaram virando o conselho dos anciãos, em que os idosos falam dos problemas da comunidade. Mas não querem resolver o problema para eles, e sim pensando na coletividade”, diz. Entre os problemas apontados, estão a precariedade do transporte escolar e a ausência de uma simples capela mortuária.
Luan Volpato

O presidente da associação afirma que embora haja uma divisão na comunidade, promovida pelo avanço do pentecostalismo, que costuma tratar como “coisa do Diabo” aquilo que se refere à cultura negra, anciãos de diversas crenças têm mostrado preocupações em comum em relação a Monte Alegre. O grupo de entrevistados é composto por católicos, umbandistas e protestantes de três denominações, todos acima de 70 anos, que, de acordo com Genildo, afirmam não saber como resolver os problemas denunciados.

Outro fator que causa divisão na comunidade é o etarismo, uma vez que os jovens deixam os idosos, que têm muita sabedoria, meio “de lado”. “A juventude sabe coisas que eles não sabem, por exemplo, onde buscar direitos, mas não tem a sabedoria dos idosos”, destaca Genildo. A ideia, afirma, é atrair a juventude para o projeto, questionando-a sobre como pode auxiliar na resolução dos problemas vividos pela comunidade, fazendo esse registro no e-book e despertando nela o desejo de contribuir com melhorias na localidade.

Representantes da Prefeitura de Cachoeiro de Itapemirim também foram convidados para somar ao projeto. Eles participam nesta segunda-feira (21) de uma reunião com os anciãos, em que irão expor as necessidades da comunidade. Também está prevista para este mês uma atividade de ação social da Igreja Católica, com o objetivo de fazer um mapeamento no local para elencar, por exemplo, quais pessoas habitam nele e suas principais necessidades, para servir de base para reivindicação de direitos.


Série com três episódios resgata história da Festa Raiar da Liberdade

Vídeos, que poderão ser assistidos no YouTube, serão alguns dos materiais anexados ao pedido de tombamento histórico da festa


https://www.seculodiario.com.br/cultura/serie-com-tres-episodios-resgata-historia-da-festa-raiar-da-liberdade


‘O Estado deve nos financiar assim como faz com a cultura erudita’

Associação realiza inventário para registrar festa quilombola como patrimônio imaterial e conseguir financiamento


https://www.seculodiario.com.br/cultura/o-estado-deve-nos-financiar-assim-como-financia-a-cultura-erudita

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