Na coluna: oficinas gratuitas, congo nas escolas, reforma no Teatro de Vila Velha
Depois de anos paralisada, a seleção de projetos pela Lei Rubem Braga ficou para 2021. Cinco meses após o lançamento do edital, os projetos ainda não foram selecionados e os pareceristas com a função de avaliá-los sequer foram contratados. A prefeitura alega que o hackeamento de seu site e sistema eletrônico ocorridos em novembro passado teria prejudicado e atrasado esse processo. Fala-se que os pareceristas, já selecionados, poderiam ser contratados ainda em janeiro para avaliar os projetos em fevereiro, para que então sejam selecionados, contratados e feito pagamentos. Esperar, porém, virou um tônica quando se fala da lei.
Uma longa novela
O último edital da Lei Rubem Braga havia sido lançado em 2015. Depois de reajustes que melhoraram alguns problemas do projeto, a expectativa era de que pudesse voltar a ser lançado edital em 2019, quando o projeto de reformulação foi levado à Câmara Municipal de Vitória. Lá foi aprovado junto com a polêmica emenda do vereador Davi Esmael (hoje no PSD) que incluía a categoria “Cultura Religiosa”, depois vetada pelo então prefeito Luciano Rezende (Cidadania), mas que atrasou ainda mais o processo. Houve ainda a promessa de lançar o edital em dezembro de 2019, mas a data acabou sendo marcada para março de 2020. Foi então cancelada por conta da pandemia e o projeto foi lançado oficialmente apenas em agosto, com valor de R$ 1 milhão para projetos culturais. Mas a expectativa de seleção e pagamento até o fim de 2020, ainda no mandato de Luciano, não pôde ser cumprida.
Vereadora pede informações sobre cultura
Sintonizada com as cobranças crescentes da classe artística de Vitória, a nova vereadora da capital Camila Valadão (PSOL) enviou um pedido de informação à prefeitura sobre a execução da Lei Rubem Braga. Nele, ela solicita detalhes sobre o planejamento e cronograma para contratação de projetos e ainda questiona o novo prefeito, Lorenzo Pazolini (Republicanos) sobre a reorganização da Secretaria de Cultura, diante da demissão de todos cargos comissionados e falta de nomeação de secretário e outros cargos para a Cultura.
Capital sem secretário definido
A Secretaria Municipal de Cultura (Semc) continua sem secretário definido. O novo prefeito nomeou a subsecretária de Comunicação, Valéria Morgado, como interina na pasta. Foram exonerados todos os cargos comissionados, incluindo os responsáveis pela Gerência da Lei Rubem Braga e pela gestão dos diversos espaços culturais da cidade, como o Museu Capixaba do Negro (Mucane), Casa Porto, Fafi.
Na Semc, foi nomeado no diário oficial de sexta-feira (8) o subsecretário Luciano Picoli Gagno (foto), o Professor Luciano, que foi candidato a vereador da capital pelo Solidariedade e obteve apenas 159 votos, embora tenha sido o mais votado pelo partido. Advogado, professor de Direito e doutor pela Universidade de São Paulo (USP), ele trouxe entre suas propostas de campanha regulamentar eventos noturnos nos bairros considerados de risco social, “para que o jovem de periferia tenha a possibilidade de se divertir com segurança”. Também incluiu a propostas de reconhecimento do Centro de Vitória como patrimônio histórico e cultural da cidade.
Ensino de congo nas escolas registrado em documentário
O projeto Instrumentarte, idealizado pelo luthier Wander de Oliveira, o Sagrilo, que leva o congo capixaba às escolas, lançou no finalzinho do ano passado um pequeno documentário que registra suas atividades, realizadas a partir do Circuito Cultural. Apresentando a manifestação de cultura popular e conectando mestres do congo com estudantes da rede pública do município, o projeto ainda entregou kits com 25 instrumentos nas quatro escolas em que atua. O Circuito Cultural, que era coordenado por Lena Cogo, é outro dos projetos que ainda está sem direção após uma semana da nova gestão na prefeitura.
Teatro de Vila Velha vai ser reformado
Uma boa notícia, porém, vem de Vila Velha. O governo do Estado anunciou a publicação do edital para reforma do Teatro Municipal, localizado na Praça Duque de Caxias, no Centro da cidade. Serão obras como construção de rampas de acesso, banheiros acessíveis, mudanças na fachada, revestimento do piso e parede, corrimãos, climatização, pintura, entre outros detalhes. A previsão é de investimentos de mais de R$ 2 milhões. Quem conhece o espaço sabe que a estrutura atual está aquém do que o município merece para seu principal palco de arte e cultura. Aguardemos para ver como ficará.
Centro Cultural da Serra lança oito oficinas gratuitas
O Centro Cultura Eliziário Rangel lançou uma série de oficinas que fazem parte do projeto Ritornelo. Ao todo são 90 vagas para 8 oficinas permanentes nas áreas de circo, capoeira, teatro e ballet. Todas as atividades são gratuitas e terão início no formato virtual, podendo passar para presencial dependendo da evolução da situação sanitária. As oficinas serão semanais e com duração de 12 meses. Inscrições online aqui.
Haverá carnaval em 2021?
O novo presidente da Liga das Escolas de Samba do Grupo Especial (Liesge), Edson Neto, manifestou ao jornal A Gazeta a intenção das escolas capixabas de realizarem desfiles em julho de 2021, assim como almejam as agremiações do Rio de Janeiro, a depender do andar da vacinação e dos diálogos com a prefeitura municipal. Mas dias depois a liga publicou em suas redes uma nota mais prudente. “A definição sobre o Carnaval depende de questões sanitárias e da vacinação contra a Covid-19, visto que estamos atravessando uma pandemia. A partir da imunização da população, será possível definir nossas ações”.
Anne Mahin lança poesias em ‘Amarelo do Ipê’
Terceiro livro de Anne Mahin, Amarelo do Ipê e outras poesias, lançado pela editora portuguesa Chiado, reúne poesias que ela havia publicado inicialmente na internet. Entre os versos, a escritora mineira rende homenagem a Guarapari, cidade onde mora há 36 anos, e ao educador Rubem Alves. A obra pode ser adquirida em formato impresso ou digital. A escritora mantém no Facebook a página Anne Mahin – prosa e verso, onde reúne seus escritos.