Ex-prefeito de Colatina foi convidado por Pazolini, que completará 40 dias de governo sem nomear titular do cargo
Meneguelli já havia anunciado em uma transmissão ao vivo que seu foco era concorrer ao legislativo em 2022. Assumir o cargo no executivo para ficar menos de dois anos até se licenciar para as eleições poderia representar uma mancha na imagem que o ex-prefeito tenta construir em torno de si como um político diferenciado.
Ele afirmou que o convite foi inesperado e foi o maior que já recebeu na vida, com salário maior do que ganhava como prefeito de Colatina. Mas afirmou que neste momento seria incoerente aceitar e ocupar um cargo público sem prestar concurso ou ser eleito pelo voto popular. “Eu tenho um projeto para daqui a dois anos, não seria interessante eu só para ter emprego, ser um secretário, e daqui a um ano e meio ter que deixar esse cargo, começar novamente”, disse exaltando a cultura de Vitória. Meneguelli disse que quando recebeu o convite tomou a decisão no mesmo momento, embora tenha anunciado apenas nesta segunda-feira.
O ex-prefeito agradeceu a Lorenzo Pazolini e aos prefeitos de Colatina, São Roque do Canaã e municípios do Rio de Janeiro e São Paulo pelos convites para participar de suas gestões, mas afirmou que seguirá sem cargo público até disputar o legislativo e que analisará caso receba alguma proposta do setor privado. O ex-prefeito negou que seja contra o Carnaval e que tenha acabada com a festa em Colatina, como voltou-se a dizer quando foi anunciado o convite para a secretaria de Cultura de Vitória.
Ao que tudo indica, Meneguelli continuará super ativo em suas redes sociais até 2022, sendo cotado tanto para a Assembleia Legislativa como para a Câmara Federal.
O curioso é que o convite para o ex-prefeito assumir a secretaria de Cultura tenha surgido mais de um mês depois do início da gestão de Pazolini. A pasta também teria sido oferecida anteriormente à ex-deputada e ex-senadora Luzia Toledo (MDB), que rejeitou e deve atuar na gestão na área do Turismo, da qual é mais afim.
Logo que assumiu, o prefeito de Vitória colocou a subsecretária de Comunicação Valéria Morgado, ligada a outra secretaria, como responsável interina pela Secretaria Municipal de Cultura (Semc), sendo posteriormente substituída também de forma interina pelo subsecretário de Cultura Luciano Gagno, que causou polêmica na primeira reunião com o Conselho Municipal de Políticas Culturais, com propostas rejeitadas pelos conselheiros e tendo que voltar atrás e negar as próprias declarações.
Muitos artistas da capital continuam se perguntando: o que Pazolini pensa para a cultura do município? Quem será que afinal comandará a pasta em definitivo e com qual visão sobre a cultura? Tudo isso em meio ao imbróglio que envolve a falta de recursos para execução da Lei Rubem Braga referente ao ano de 2020, além da necessidade de preparação para a Conferência Municipal de Cultura e para execução e prestação de contas do Edital Emergencial do município e dos projetos aprovados a nível municipal com recursos federais da Lei Aldir Blanc.