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Um ano com a Cousa na rua

Em 2009, o escritor Saulo Ribeiro precisava publicar Cárcere, um livro para circular como espetáculo teatral em parceria com Vinícius Piedade. Na época, o amigo Rodrigo Caldeira realizava experimentos de publicação artesanal com o selo Cousa. “Eu trouxe o elemento industrial”, conta Saulo. “Não paramos desde então”.

Uma das mais importantes editoras capixabas, reconhecida por publicações literárias e também nas ciências sociais, a Cousa ganhou a partir de 2017 cara e corpo, para além do seu selo impresso nos livros. O local não poderia ser outro: a Rua Sete de Setembro, reduto da certa boemia e intelectualidade capixaba no Centro de Vitória. Mais especificamente numa casa que foi residência do historiador e escritor Renato Pacheco, um dos mais importantes na história do Espírito Santo.

“A literatura anda em baixa. Livrarias fechando. Livro perdendo espaço. Alugamos uma loja para expor nossos livros. Mas precisávamos de mais, de ser um ponto de encontro”. Daí veio a ideia de aos livros expostos juntar cafés especiais e – por quê não? – cervejas de qualidade. Surgia assim o Cousa Café-Bar, consagrando em seu nome o tripé de livraria-cafeteria-bar.

Assim, a fronteira tênue entre um café da tarde e uma cerveja da noite, entre bons papos e literaturas, passa praticamente despercebida estando por lá. “Precisamos associar ao livro os melhores cafés e as melhores cervejas. Isso traz mais atenção para as publicações”.

A decoração e os cafés da casa estão a cargo da barista Natielly Nobre. Saulo cuida da parte editorial no escritório localizado ao lado. A loja está cada vez mais cheia de livros. “Triplicamos o número de publicações em relação a 2016. E o café da editora se tornou um grande impulsionador disso. E também nos tornamos um ponto de encontro de escritores, leitores”.

O espaço é pequeno mas aconchegante, decorado com pôsteres, fotografias, recortes de jornais, e claro, muitos livros, que, mais do que produtos, acabam compondo o ambiente. Está localizado em frente ao Arquivo Público, na parte inclinada da Rua Sete, que dá início à subida que culmina nos morros da Fonte Grande e Piedade.

Com o bom espírito capixaba, o ar-condicionado de dentro não costuma conseguir competir com a brisa de fora, e os clientes geralmente se espalham pelas cadeiras e mesas no estreito passeio localizado no exterior. Ali fora também acontecem pequenos eventos como discotecagens, shows, lançamentos de livros e saraus, lembrando a máxima de Sérgio Sampaio de que “lugar na poesia é calçada”. Aliás, o “velho bandido” cachoeirense será homenageado em breve na calçada da Cousa, dentro da programação do já tradicional Festival Sérgio Sampaio.

Saulo não tem dúvidas de que o Café-Bar mudou a cara da editora e ajudou a impulsionar novos projetos. “O trabalho dobrou. Mas o prazer também”.

Para comemorar e bebemorar os triunfos, a Cousa realiza uma noite especial que incluirá o lançamento do livro Poemínimos, do fundador da editora Rodrigo Caldeira, show com Alex Magnus e sarau microfone aberto para outras intervenções poéticas, musicais e outras “cousas” mais que os participantes quiserem agregar. “Vai ser divertido”, diz Saulo. 

SERVIÇO

Aniversário da Cousa Café-Bar

Quando: 29 de março (quinta-feira), 18h

Onde: Cousa Café Editora – Rua Sete de Setembro, 415, Centro de Vitória

Atrações: Lançamento do livro Poemínimos, de Rodrigo Caldeira; pocket show com Alex Magnus; sarau na calçada

 

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